Com mais de dois milhões de viaturas nas estradas de
Luanda, não há vias que aguentem tal profusão de trânsito, numa capital com 6,5
milhões de habitantes, ultrapassando Lisboa e arredores. “Luanda não tem
estradas para tantas viaturas”, argumenta o engenheiro Paulo Gai do Ministério
da Construção.
A capital de Angola, grande metrópole do Sudoeste
Africano, consome 10 vezes mais em combustível que qualquer cidade média do seu
território, nada menos, do que 2.906.543 toneladas, em 2013, segundo dados da
Sonangol.
Todavia, a “guerra do petróleo” começa a criar alguns
problemas à economia angolana, já que 80% do seu orçamento depende das receitas
petrolíferas.
A volatilidade do preço do crude está relacionada com a
sua produção, o fraco crescimento mundial, e, o papel da Arábia Saudita.
Perder a sua clientela graças à baixa de produção de
petróleo é um jogo que a Arábia Saudita não quer correr, ainda que tenha de
baixar o preço do brent, na ordem dos “20, 40, 50 ou 60 dólares”, como afirma o
ministro saudita Ali al Naîmi, super influente no seio da OPEP; já que seria
favorecer os russos, os brasileiros, e mesmo, os americanos.
Enquanto que na Arábia Saudita, o preço do Brent é
inferior aos 20 dólares (não esqueçamos que ele sai a 2 dólares, sem impostos),
a rentabilidade canadiana ronda os 100 dólares, e a média de outros países
produtores situa-se nos 60 dólares, ainda que Angola estabeleça futuros
projectos, na ordem dos 30 dólares, por barril de petróleo. Por isso, a Arábia
Saudita quer forçar que os projectos mais caros não se desenvolvam, já que eles
próprios têm uma indústria petrolífera que carece de desenvolvimento.
Se, Angola projecta extrair 2 milhões de barris, por dia, igual
quantidade foi atingida pelos USA, neste momento, em que a fraca procura
mundial para 2015, se situa num acréscimo na ordem de 900.000 barris, por dia.
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