Se a Arábia Saudita não se ressente na sua economia, com o
preço do barril de petróleo a 60 dólares, parece que a Sonangol, nos seus
investimentos futuros, constrói uma fasquia 50% inferior, ou seja, na ordem dos
30 dólares, “permitindo dar continuidade aos investimentos e ao processo de
angonalização em curso na indústria”, como afirma Paulino Gerónimo,
administrador desta empresa.
Efectivamente, é do senso comum e não
só, que o preço de barril de petróleo, na Arábia Saudita, na sua produção sai a
um preço relativamente abaixo destes valores.
O objectivo essencial da Sonangol é
atingir os 2.000.000 de barris entre o ano de 2015 a 2016. Por isso, nada
demove os seus administradores de atingir este objectivo, suplantando o seu
rival, a Nigéria. “A conjuntura mundial da indústria está desfavorável e
concomitantemente os preços registam baixas, mas vamos manter os projectos em
Angola, que foram feitos numa perspectiva de médio e longo prazo”, referiu o
administrador. O mundo do petróleo navega por muitas águas e muitas astúcias,
de forma que é pouco relevante a volatilidade do seu preço; mas, certamente,
que os cofres do Estado Angolano se ressentem destas alterações.
A Sonangol é um estado dentro de outro
Estado. Ora, vejamos a sua caracterização: “somente a Sonangol tem o poder e o
direito de autorizar o exercício de actividades de exploração e produção de
hidrocarbonetos em território Angolano – quer em terra quer em alto mar”. Perguntar-se-á : serviço de monopólio, ou, substituição do Estado
Angolano?
Nada menos, de 17 empresas constituem o
seu cluster ou império, que vai das telecomunicações, transporte aéreo comercial ,
prestação de serviços até ao grande problema angolano que é o sector
imobiliário, através da sua empresa Sonip. Colocar uma empresa destas em Bolsa
de Valores é constituir uma autêntica bóia de salvação do mercado financeiro
angolano. Todavia a sua extensão e profundidade, de autêntico gigante
empresarial, com poderes de nível internacional, constitui uma diminuição de
relevância de qualquer outro sector comercial.
Por isso, com toda esta panóplia
de empresas dependentes e subsidiárias, cujo império ultrapassa fronteiras, além do poder nacional e internacional
que pode exibir, se as outras empresas petrolíferas estrangeiras manifestarem o
seu apoio, torna-se evidente que qualquer volatilidade do preço do barril de
petróleo seja irrelevante para a meta dos 2.000.000 de barris de petróleo por
ano, perante a ambição e hegemonia da Sonangol.
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