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domingo, 28 de dezembro de 2014

EUROPOLITIQUE: Além do Petróleo está a agricultura em Angola

As exportações de Portugal para Angola devem atingir mais de 4 mil milhões de dólares, em 2014. Sem dúvida, que a China e Portugal constituem dois marcos importantes para a economia angolana, não só pelo aspecto importador e exportador, como também pelo aspecto financeiro, que o diga a Sonangol, quando carece de qualquer investimento chinês para os seus projectos.
Todavia a “lei do investimento privado”, com as suas exigentes tabelas de um mínimo de 1 milhão de dólares por sócio, ou, a exigência de um capital 75% angolano, para qualquer projecto, delimitam os incentivos do Estado Angolano.
A diversificação da economia angolana, cuja dependência do petróleo atinge quase os 80%, carece da implementação, criação e desenvolvimento de um tecido empresarial que implica o aparecimento de pequenas empresas agrícolas, industriais e comerciais, cujo financiamento não implica demasiado capital ou custos, como a lei estipula, nem a exigente intromissão do carácter nacionalista de empresários.
Em 2015/2016, a produção de cimento em Angola será mais que suficiente para as suas necessidades. Rica em minérios, espera-se que a nível do ferro e aço, atinja  as metas necessárias para que a construção civil não retroceda no seu desenvolvimento. Todavia os objectivos, a nível agrícola, ainda estão bem longe dos patamares desejados. A produção de milho, batata, soja e trigo, associada à criação de gado, carecem de um impulso que passa pela criação de pequenas empresas agrícolas. O contributo do Vietnam, China, Coreia do Sul na produção de arroz são experiências que despontam na agricultura angolana.
Em 2012, a contribuição da agricultura para  o PIB  Angolano, foi de 10,3%, relativamente melhor do que os 8,6% de anos anteriores, mas ainda muito insuficiente para as suas carências. É que Angola tem um potencial agrícola da ordem dos 58 milhões de hectares, e somente 5,2 milhões de terras eram cultivados, em 2011, por cerca de 3 milhões de unidades familiares, que muitas vezes, estão na economia de subsistência. Ao factor de produção, a distribuição constitui uma despesa na ordem dos 25% que pouco favorece a sua atracção e desenvolvimento. Se, a grande metrópole que é Luanda, com os seus 6,5 habitantes de vida citadina, depende da comercialização dos produtos agrícolas, a restante população pertence ao mundo  campesino que mergulha nas dificuldades típicas da vida africana. Há que subsistir, de qualquer forma, sem o acesso a um rendimento digno. Se o transporte encarece os produtos agrícolas em 25%, a comercialização subtrai outros 25%, o rendimento da parte restante dispersa-se pela produção, pelo trabalho, pelo preço das sementes, de tal forma que garante um rendimento mínimo aos produtores.  Ao slogan de um governante: “a primeira riqueza de um país é a terra, quem não tem terra não tem nação”, então o território angolano pontifica num expoente máximo de exibição de natureza que somente o factor humano tem de potenciar na sua riqueza natural.   

P.S. Entretanto, o "projecto leiteiro", em colaboração com os Açores,  para o Uíge,  aguarda autorização angolana.

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