Fiquei estupefacto, quando alguém fazia uma
colecta para montar uma “escolinha” na Guiné Equatorial, país rico e de grandes
recursos económicos e petrolíferos, que contraria bem e de longe dos esforços
angolanos na batalha pela educação.
Somente a capital de Angola tem mais de
dois milhões de alunos, dispersos por nove mil sala de aulas. Quer dizer que mais de 10% da sua população angolana se encontra em Luanda, dentro do seu sistema escolar, e que quase metade dos seus habitantes anda na escola.
Apesar dos esforços na batalha pela
educação em Angola, ainda permanecem fora do seu sistema obrigatório nada menos
de 23% do seu universo escolar. Quer dizer que 1/5 da sua população ainda não
beneficia do seu sistema de ensino, dado as contingências do seu plano de
expansão. Claro que o enorme número de docentes exigidos para colmatar estas
necessidades, nem sempre estão preparados e nem sempre dão o seu "espírito e corpo" ao
manifesto, às vezes, por razões justificáveis. Torna-se evidente que existe certa desconfiança e desconforto pelo sistema de ensino nas classes mais desenvolvidas de Angola. Por isso, Pinda Simão, afirma: “as taxas de conclusão
dos níveis de ensino melhoraram significativamente, mas as competências dos
alunos continuam a ser grande preocupação, principalmente no ensino primário”.
Além de salutares iniciativas como a distribuição gratuita de
livros escolares, da merenda escolar, para colmatar necessidades básicas, a
adesão dos pais e encarregados de educação não atinge os 50% pelo interesse
escolar dos seus discentes.
A distribuição de bibliotecas em todas as capitais e demais
municípios é um passo para a difusão escolar e intelectual das suas populações.
A inserção do ensino da música, a nível do ensino primário, é bastante
positiva. Mas a ética e competência dos professores, associada à didáctica e pedagogia, devem constituir o "munus" que impregna esta profissão. E, neste campo da formação de professores existem lacunas de conhecimento e competência, que a seu tempo devem ser ultrapassdas.
Deste modo, o nível de ensino e exigência escolar tem
de melhorar para um nível de competências que seja razoável, quer no primário, quer no secundário ou universitário. A
facilidade e falta de exigência do modelo brasileiro tem de ser afastado dos
objectivos angolanos para que a sua população beneficia do real valor das
competências que são exigidas a qualquer cidadão que pretenda exibir os seus
conhecimentos, quer a nível nacional ou internacional.
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