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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

EUROPOLITIQUE: A Sonangol volta às suas origens

Desde 1910, que Angola apresenta os primeiros indícios da existência de petróleo nas suas profundezas. Somente em 1952, os seus indícios passam para a sua concretização, sobretudo no ano de 1955, com a Petrofina nos arredores do Kwanza. A interdição de Salazar aos seus concorrentes americanos, somente permitiu que após os anos de 1990 se iniciasse o verdadeiro “boom” do petróleo angolano. Se o “offshore” implica um preço de 100 milhões de dólares, o “onshore” situa-se na ordem dos 15 a 20 milhões de dólares, por cada poço. Por isso, a petrolífera Sonangol anuncia o leilão de 10 concessões nas bacias do rio Kwanza (7) e no rio Congo (3). Deste modo, a Sonangol volta à origem do primeiro poço angolano. O potencial destes poços ronda os sete mil milhões de barris, segundo dizem quase metade do seu petróleo existente, que deve ter mais por descobrir. Calcula-se “grosso modo” que perto de 200.000 angolanos trabalhem nas industrias relacionadas com o petróleo, com salários que vão dos 1.500 dólares para os aprendizes até aos 10.000 dólares para os seus técnicos. Ou seja, somente 1% da sua população tem acesso directo aos bens do petróleo. Aliás ¾ da sua população vive em condições de fracos rendimentos. As receitas do petróleo representam entre 90% a 97% das suas exportações, gerando uma receita fiscal na ordem dos 80% de encaixe. O leilão destes novos lotes de concessões no “onshore” deve permitir que o patamar dos trabalhadores angolanos obtenham um crescimento, quer em qualidade, quer em quantidade, de modo a que a sua inserção social e económica seja, cada vez mais, em direcção ao progresso e ao desenvolvimento humano.

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