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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
EUROPOLITIQUE: Laurent Fabius e ANGOLA
Laurent Fabius, certamente um dos “gurus” da política francesa, empossado como chefe da política externa francesa, passou recentemente por Luanda, acompanhado de uma comitiva de empresários gauleses.
A França prepara-se para gastar 20 mil milhões de euros na sua política externa com África, nos próximos cinco anos. Portanto, 4 mil milhões de euros por ano. Certamente que Angola entra nos seus planos. Pontifica, em Angola, a empresa francesa de petróleo Total, com a sua escola profissional, denominada “Descartes”. Neste processo global e africano de cooperação, os franceses esperam criar 50.000 postos de trabalho. Mas, a relação da França com Angola parece que tem um único caminho – o petróleo e a sua indústria. Claro que o célebre país do Hexágono reúne capacidade industrial e tecnológica que merece o acolhimento dos angolanos.
As receitas fiscais angolanas derivam 80% do petróleo, apesar do "Executivo" ter promovido incentivos à agricultura, comércio, mineração e serviços, que lentamente começam a dar alguns frutos. E, neste campo, os angolanos, tal como os brasileiros, preparam-se para o desenvolvimento de uma indústria petrolífera que acompanhe o seu progresso tecnológico. Os impostos e outras indústrias são residuais (diamantes, café, sisal e pescado) no conjunto do fisco angolano. Mas, a longo prazo, espera-se que surgem 15.000 angolanos milionários (de 2007 a 2013; 6.400 angolanos têm fortunas superiores a um milhão de dólares !...); se, porventura, emergir a dita “classe média”.
Se a balança comercial angolana registou, em 2011, um superavit de 3 mil milhões de dólares, augura-se que continua em saldo positivo, com o seu crescimento projectado para os 8,5%, em 2013, (conforme o seu orçamento expansionista) e anos seguintes.
Na construção dos caminhos de ferro, o seu recurso de financiamento e construção adveio dos chineses. Ainda que os franceses demonstrem uma tecnologia de primeira classe, a nível mundial, estiveram ausentes deste processo. Luanda prepara-se para criar três linhas ferroviárias para ligar o centro da cidade aos subúrbios de Talatona, zona Sul, ao distrito de Kilamba Kiaxi e ao novo aeroporto, em Bom Jesus. Até que ponto a indústria ferroviária francesa forneça o seu contributo, temos de esperar.
Se França consegue reunir esta quantia de fundos para investir em África, qual é o papel de Portugal?
Ao inteligente Laurent Fabius teremos de opor "l'expertise portuguaise", ou seja, "o engenho e arte" e "a experiência, como fonte de conhecimento".
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