Certos jornalistas garantem que nada sabemos sobre Angola, ou, que o conhecimento sobre as realidades angolanas estão vedadas ao conhecimento dos portugueses.
Elaborar pretensos discursos sobre certas realidades africanas com perspectivas de etnocentrismo é um risco que qualquer europeu pode infringir, apesar do nosso esforço e sentimento de isenção. Além disso, não valorizar o contexto africano nas suas identidades é desfazer as idiossincrasias naturais daqueles que pretendem afirmar as suas raízes e valores nacionais.
Ainda que as nossas análises pretendam ir ao encontro de uma isenta avaliação, as estatísticas demonstram que nos quedamos pelo sexto ou sétimo lugar na consulta das nossas exposições sobre certos factos e realidades de Angola. Ainda não conseguimos atingir o terceiro lugar de consulta, que seria o ideal em relação ao patamar angolano. Mas, paulatinamente, para lá caminhamos neste “mundo da globalização”.
Como afirma o “Jornal de Angola: « Os países em desenvolvimento são responsáveis por 80 por cento do crescimento da produção de carne e pela maioria do crescimento do comércio nos próximos dez anos. Estes mesmos países também devem ser responsáveis em 2022 pelas exportações mundiais de cereais secundários, arroz, oleaginosas, óleos vegetais, açúcar, carne bovina, frango e peixe». É, porventura, neste caminho que Angola deve caminhar, com certas experiências que ultrapassam a visão europeia, como, por exemplo, as “cozinhas comunitárias” desenvolvidas por uma associação italiana.
Angola é um país em construção. Por isso, certas críticas estão desfasadas de um processo diferente e diferenciado, percorrido pela influência de uma certa mentalidade
africana, porventura congénita, em que os processos de desenvolvimento são lentos, e, as noções de direito se processam ao ritmo de algumas tradições que carecem de moldes e modelos de adaptação.
O tecido empresarial em que das cerca de 50 empresas públicas não apresentaram contas até 31 de Março é sintomático. Por isso, as receitas fiscais, oriundas dos empresários e contribuintes são escassas, relativamente ao petróleo. Por isso, a passagem das empresas estatais para o domínio do privado numa economia de mercado é lenta e de difícil resolução, ainda por cima quando são os "terrenos e as imediações constituem o activo mais valioso dessas mesmas empresas".
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