Primeiro produtor mundial de café, de frango (colocava este produto mais barato que o frango moçambicano ou angolano!…), de sumo de laranja e carne de vaca, o Brasil ressurge como a “grande quinta do mundo”, apesar de ser o terceiro exportador mundial.
Grande produtor de soja, embora superado pela Argentina, o Brasil tem certas dificuldades na logística dos seus produtos. Por isso, somente contribui na ordem de 1,4% para o comércio mundial. As infra estruturas rodoviárias deixam muito a desejar em segurança e modernidade, os portos e aeroportos carecem de agilidade e modernização, encontrando-se numa certa letargia. A burocracia e a carga fiscal entravam o comércio e um maior desenvolvimento.
Ainda que detenha um consumo interno bastante activo, o Brasil investe pouco e poupa menos. Com grande tradição de luta contra a pobreza, quase 100 milhões de brasileiros entram na faixa de 1 500 dólares de rendimento, ávidos de viajar, ainda que uma reduzida faixa auferiram rendimentos fabulosos. Todavia, os níveis de poupança são fracos, dada a sua antiga faceta de desvalorização, apesar das reservas do Governo.
Rico em petróleo, metanol, energia hidroeléctrica, o Brasil tem as suas necessidades energéticas satisfeitas a nível interno, contrariamente a Portugal que gasta 40% das suas despesas.
Com bens alimentares auto suficientes, e com energia de forma idêntica, os empresários brasileiros, apesar do seu “jogo de cintura”, ainda não encontraram a confiança suficiente para se lançarem no mundo. A sua competitividade queda-se a 48.º nível mundial, inferior, portanto, a Portugal.. A investigação e o desenvolvimento, associadas a nível de ensino, muitas vezes, de nível particular, ainda permanecem longe das fasquias mais desenvolvidas. A educação e a saúde navegam numa situação muito específica e desigual.
O desenvolvimento ferroviário é bastante fraco a nível de mercadorias, para manter certos níveis de competitividade, de tal forma que seja inconcebível não existir alta velocidade entre o Rio de Janeiro e S. Paulo.
Além destas metrópoles de atracção de imensas falanges de trabalhadores, com os seus problemas habitacionais, as desigualdades de desenvolvimento económico e social noutras metrópoles são bastante desfasadas.
O entrosamento de empresas brasileiras e portugueses é muito insuficiente. A Vale em Moçambique é o único exemplo, digno de registo. Em Angola pontifica a Odebercht na construção civil. Mas a massa crítica portuguesa,conjuntamente com maior abertura do Governo brasileiro, podem gerar frutos salutares.
Marketing, modernidade, investimento externo, audácia empresarial a nível exterior devem fazer que o Brasil saia do seu próprio casulo, para não se manter como um "bicho da seda".
O cliente mundial é rei,e "Deus" é brasileiro.
Sem comentários:
Enviar um comentário