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domingo, 11 de novembro de 2012
ANGOLA: O Crédito à Habitação não funciona, ao contrário da Europa.
A comitiva presidencial angolana, com os mais altos responsáveis da sua hierarquia, “lamentou que a cidade do Kilamba esteja com uma taxa de ocupação “demasiado baixa”, quase um ano depois de estarem prontos a habitar cerca de 20 mil apartamentos”. Ou seja, após um ano, somente 1/4 das habitações estão ocupadas, num país rico em devisas e pobre em habitação!...
Quando foi abordado em artigo anterior o problema da habitação em Angola, fomos invectivados com um ataque duríssimo, que resolvemos adiar para as “kalengas gregas”. Claro que a Grécia, Espanha e Portugal também se debatem com problemas da habitação, noutros contornos e contextos sociais.
Todavia, num país produtor de petróleo, as contradições no plano de habitação denotam problemas sociais de alguma gravidade.
Antes de tudo, convém mencionar que a indústria de petróleo costuma ser generosa no seu nível salarial. Será Angola um caso atípico?...
Após um ano, de um conjunto habitacional pronto a habitar, constata-se que somente 0,5% das suas habitações estão sujeitas a crédito. Isto, quer dizer, que o crédito, em certos países africanos, não funciona, ou, as pessoas fogem dele “como o diabo da cruz”; e, neste sentido, é o contrário da Europa. O nível salarial dos quadros médios, ainda não dá conforto a aventuras para as quais as pessoas não tem confiança.
Do conjunto das 20.002 habitações, somente 2,3% foram vendidas directamente, conforme relata certa imprensa (“à vista”), o que a nível de investimento é demasiado débil e pouco confortante.
E, ainda, deste conjunto de 20.002, estão sujeitas a uma renda solúvel, somente 18% da sua totalidade.
Vejamos o panorama traçado pela imprensa:”
”segundo Francisco de Lemos José Maria, foram concluídas 20.002 unidades habitacionais, 246 unidades comerciais, oito escolas e 24 jardins de infância.
Do total de unidades habitacionais, ainda de acordo com Francisco de Lemos José Maria, foram vendidas 4.111 habitações, sendo 96 a crédito, 465 à vista e 3.550 pelo modelo de renda a resolver”.
Portanto, o crédito à habitação, em Angola, ao contrário da Europa, com os seus 0,5% não funciona. As ilações desta problemática compete às autoridades angolanas na resolução das suas contradições.
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