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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Estrada do Soyo ou do Sonho em 2015?

Infelizmente o estado da estrada Soyo/Nzeto no fim de 2015.

“Se procurares no "Google Maps" irás dar a um outro Massangano, no Norte de Angola, junto ao Soyo, antigo Reino do Sonho, depois Santo António do Zaire. Sonho foi como os portugueses perceberam a palavra Soyo, um daqueles erros felizes que nunca deveriam ter sido corrigidos. A Vila de Massangano, para a qual me dirigo, já foi a capital de Angola, mas agora o único acesso é uma picada aberta a custo no capim, e quase intransitável durante a época das chuvas. Ao que parece, desapareceu dos mapas modernos”. 
“AGUALUSA, José Eduardo, Milagrário Pessoal", pg. 166,  Edições D. Quixote, Lx 2010. 
(Zona de canibais, de "grandes caldeirões" de carne assada humana, eram gente de muitos arcos e flechas, de folguedos com atabaques e trombetas de marfim, cujas vidas e violas desafiavam os civilizados da capital e do reino de Mbanza Congo - cf. cronica de Dom João II - Rui de Pina e D.Afonso I, Rei do Congo, Agência-Geral do Ultramar n.3, Lx 1969).
A descrição de Agualusa aproxima-se de uma realidade de “picadas”, que ensombram a concretização da famosa auto-estrada do Soyo, ou, melhor dito, do Sonho. Esta afirmação vem atestada pelas mais recentes notícias: “O quadro rodoviário é complicado porque tarda a execução do projecto da construção da "auto-estrada" entre os municípios do Nzeto e Soyo. Situação idêntica regista-se na via entre Nzeto, Rio Loge e Libongos. 
As duas estradas aguardam pelos trabalhos de colocação do tapete asfáltico, já que de Mbanza Congo ao Nzeto a circulação é feita com fluidez, devido à conclusão das obras que culminaram com a colocação do tapete asfáltico num percurso de 250 quilómetros”.
Todavia a Auto-Estrada do Sonho, permanece como uma utopia realizável. Luanda, com um trânsito infernal, neste momento, com 5 milhões de habitantes, ultrapassa a região metropolitana de Lisboa, e, apesar da inflação angolana atingir 9,65% em Setembro, conforme dados do Banco Nacional de Angola, muitos habitantes desta capital carecem de lugares para a sua expansão e desenvolvimento. Por isso, esta via de comunicação, ambiciosa nas suas pretensões, tem de tornar-se num processo de concretização e desenvolvimento para o Soyo, e para as suas cidades vizinhas, inclusive, sem dúvida, para a própria capital angolana, carente de gás e de electricidade.

«Ao pasarem no Sonho, o soba recebeu festivamente Rui de Sousa e seus companheiros: "muita gente com arcos e frechas e com atabaques e trombetas de marfim e com muitas violas..."» pg. 21 (D.Afonso I, Rei do Congo; Col. Figuras e Feitos de Além Mar n.º 3, Agência -Geral do Ultramar, Lisboa 1969.)

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