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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ANGOLA e o Sistema Educativo

A relação de Angola com a maior economia do mundo, ou seja, os USA é paradigmática. Enquanto Angola importou dos USA 786,8 milhões de dólares, no primeiro semestre de 2012, exportou nada menos de 6 mil milhões. Grosso modo, Angola exporta mercadorias para os USA entre 12 a 13 mil milhões de dólares, por ano. Para um país carente em infra-estruturas, barcos, aviões, maquinaria, tecnologia, e demais ambições materiais, este saldo a favor de Angola nada, ou, pouco reverte a seu favor. Embora com um crescimento na ordem dos 9,2 %, os seus indicadores macro-económicos carecem de um acompanhamento no desenvolvimento dos recursos humanos e de formação, que está muito longe, digamos de uma possível aproximação com a economia mais rica do mundo, nos seus vários sentidos. Claro que, não vale a pena aderir à energia eólica, se não existem técnicos para fazer a sua manutenção. Portanto, é neste campo de uma urgente formação e educação que se debate o sistema de ensino em Angola. O anúncio do programa de revisão do sistema educativo, além da formação de competências dos seus formadores, bem como da gestão das suas escolas, carece de uma “formação em linha” que rapidamente forneça os meios elementares para o acesso ao mercado de trabalho. Muitas vezes, a adaptação a certas actividades consegue-se quase num semestre, desde que existem as suas bases elementares. A inserção no mundo do trabalho, a abertura de carreiras profissionais, pode ser colmatadas por uma série de tarefas simples, até à sua maturidade e complexidade que exigem tempo e a especialização. Em vez de um ensino teórico, meramente académico e orgulhoso na exibição de diplomas, o ensino administrado por via prática, eficiente, relacionado com o tecido empresarial pode constituir uma primeira etapa para o acesso ao mundo do trabalho, e a uma profissão. O sistema de ensino deve reflectir a realidade angolana através dos seus manuais, quer a nível da geografia, quer a nível da sua história. Mas o fosso entre Angola e os USA, não é somente mercantil, é um fosso entre a natureza ( a sua riqueza) e a cultura técnica (a carência do seu desenvolvimento). Exprime diferenças entre recursos materiais e recursos humanos. Por isso, esta diferença e mediatização pode e deve ser colmatar pela procura e inserção de pessoal técnico e humano que certos países europeus podem fornecer, desde que Angola esteja mais aberta aos processos de cooperação.

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