Seguidores

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Episódios da Raia. 33 - O Zé do Telhado de Agualusa


“A primeira vez que li, num jornal angolano, a expressão «traidor à pátria», seguida do meu nome, senti o coração apertar-se” (Agualusa, Milagrário Pessoal, pg.149).
A primeira vez que vi a palavra “refractário” em letras garrafais a vermelho, antecedida do meu nome, senti um grande alívio, porque os problemas da independência em Angola ainda continuavam.
Todavia, esta ousadia de ser refractário, por causa de Angola, originou uma demarcação feroz nas fronteiras portuguesas.
Gosto de ler Agualusa. Gosto de ler as descrições do “Zé do Telhado”, aliás o «Velho Teixeira», em que: “Assassinos transformam-se depois de mortos em santos pertinazes” (pg.140).
Por vezes, esta magia africana enfeitiça-nos com personagens tão perto e tão longe das nossas memórias, que nos levam junto do emblemático título de Gunderedo.
Em sonhos primaveris, em plenas águas do encantado rio Minho, aquele que se tornaria no primeiro rei da Noruega, apelidado de grande assassino se transformou ainda em vida em Santo Olaf.
Valha-nos a memória que nunca atacou a Sé de Tui e nos deu os laços que nos unem a este país irmão.
“Vou levar-te comigo...irmão”.

Sem comentários:

Enviar um comentário

EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez

  Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...