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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

EURO POLITIQUE 131 - "Arbeiten Sie".




Nesta Europa afundada na crise, eis que a Alemanha desperta com 500 mil postos de trabalho.
Em tempos idos, o sonho alemão procurava o “american dream”, e as jovens alemães ansiavam pelos também louros americanos estacionados na velha Europa. Até os trabalhadores imigrantes tinham as suas pausas, ao estilo americano, para o intervalo do seu trabalho. Mas deixado o “american dream”, a política do trabalho instalou-se em terras germânicas e o ritmo alemão engrenou na sua máquina.

Os franceses queriam aço e carvão que a Alemanha religiosamente pagava, o que tornou indolentes os famosos “gálios”, e a indústria alemã guindava-se no seu trabalho de formiga contra a cigarra gaulesa, de tal forma que não eram somente as facas como o próprio manejo do porco, que os ditos franceses aprendiam em terras germânicas.

De vez em quando estabeleço diálogo com alemães residentes em solo lusitano. Não gostam muito das lamúrias lusas e até se sentem felizes pela profusão de máquinas de multibanco espalhadas por todas as zonas, um luxo que a Alemanha não tem.
Posso-me queixar da falta de transferência de tecnologia germânica, mas logo recebo esta “tirada” se não posso vender, um pouco de mar, aos alemães.

Estes pequenos episódios relembram-nos a famosa capacidade do ardor de trabalho dos alemães. Quando metiam em cabeça que as coisas eram assim, nada os detinham na sua frente.

A paixão alemã, profunda e eterna, que surge das vísceras do coração surge como uma torrente, cujo caudal impetuoso renasce com a força de um rio. O famoso Nietzsche desejava ser músico antes de ser filósofo, porque não é através da palavra que se conduz o mundo mas através da “matéria falante” que se conquista a humanidade.

Sem dúvida que a paixão alemã, escondida nas entranhas da terra, encerra a força dinâmica susceptível de alavancar esta crise da Europa.
Mas é necessário encontrar a sua música.

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