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sábado, 8 de outubro de 2011

EURO POLITIQUE 155 - Cristas e o Anti-Cristo



Ter melhor batata que os franceses, mas importar este produto não fica bem a um País que precisa de equilibrar os seus défices externos. É claro que a industrialização da batata que acontece em terras gaulesas, na lei da concorrência dos hipermercados, não se compadece com a fraca produtividade nacional, e, como regra de excepção implica o retorno da qualidade em resposta à quantidade, verdade que carece de alguma explicação!...

No centro de Havana, discutia-se com um quadro do Ministério da Agricultura que o Estado não sabia o que tem. ("O que é de elementar importância num país em que se desconhece de quem é um quinto do território", Expresso, pg. 25 de 08-10-2011).

O sentido da terra é a sua produtividade, é a sua vida na tragédia humana da sobrevivência.
Isto, vem a propósito de uma notícia do pequeno jornal “Leme”, que na área do GAS de Sines e arredores, existem 22 mil hectares de “terra abandonada” que pertence ao Estado, e que apesar do interesse de alguns antigos proprietários, a eterna burocracia dos vários ministérios implicados, não permitem o cabal esclarecimento de tal situação.

O omnipotente Estado que tudo controla é extremamente avesso à “lei da troca”. E, sem troca, não há mercadoria e sem mercadoria não há dinheiro.
Não temos um Estado rico que possa sustentar os cidadãos, (“porque o Estado nada produz, mas tudo consome”) mas não podemos ter um Estado parado na dinâmica da economia, ou melhor dito, da produtividade.
Se os terrenos estão abandonados pela inércia do Estado, apesar da pretensa dinâmica dos cidadãos, o Estado está a condenar-se duplamente: “porque não produz, nem deixar produzir”; ou seja, “porque não troca, nem deixa trocar”, porque “não cria mercadoria, nem permite que a mercadoria apareça”, porque “não quer vender, nem fazer dinheiro”, porque não permite que “os seus possíveis compradores entreguem dinheiro e paguem impostos daquilo que produzem”.

A produtividade está na sociedade e não no Estado (“O Estado nada produz, mas tudo consome”).

Portanto a inércia da produtividade não pode ser lei do Estado. A dinâmica do Estado tem de se inscrever na lógica da produtividade.

P.S.
«Há dois (três) milhões de hectares de território abandonados, sem qualquer cultivo; 80% dos bens alimentares consumidos em Portugal são importados[ou, será 80% relativamente aos cereais; e, 30% nos restantes produtos?!...]; 100 mil hectares arderam em 2010; há 600 mil desempregados..."Se as fronteiras fosssem fechadas durante duas semanas,por qualquer motivo, morríamos todos de fome", assegura António Moreira». (Jornal Expresso, pags.24 e 25 de 08-10-2011).

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