Numa Europa de “geometria variável” assiste-se a um chefe de governo, entronizado Ministro dos Negócios Estrangeiros da CE, assessorado por uma coadjuvante económica, quando não ocupa o seu tempo e o seu espaço a sussurrar com funcionários de elite maior, ou, governamental.
Já que a confluência de acordo entre 19 estados se torna de tarefa hercúlea e árdua, é natural que outros arautos mais audaciosos tomem a dianteira em certas directrizes que o incerto consenso foi incapaz de reunir.
Aliás, o comando da política externa europeia depende da mundividência particular que cada estado ousa imprimir nas suas peculiaridades históricas e nacionalistas.
E, quando a voz de comando não detém pressupostos evidentes de acção externa, recorre-se ao expediente mais simplistas de aceno de uma pequena e caridosa esmola pecuniária.
Lampedusa (ilha italiana, a 117 de Tunes, mais perto do que a Sicília) tornou-se um símbolo do “Êxodo bíblico”, encontrando no Vaticano uma “Europa que não estava preparada”.
Mais uma vez, a diplomacia foi ultrapassada pela história dos acontecimentos, como a Europa não tivesse "informadores credíveis" da confluência destes fenómenos sociais e políticos.
Parece que se torna evidente e necessária uma “diplomacia do silêncio” , (seja ela, do Vaticano!...) que nas margens das suas instituições consiga erguer um grito de esperança para tanto desespero.
O pânico parece invadir as estruturas diplomáticas, pouco habituadas às mudanças sociais e políticas que hodiernamente caracterizam o mundo moderno. A inovação e a falta de agilidade revertem em assinaláveis quantias de dinheiro, quando o desespero das pessoas anseia por formas e meios de emancipação e libertação das condicionantes que impedem o seu autêntico desenvolvimento.
Além disso, muito dos recursos financeiros disponibilizados revertem em esquemas, que, pouco ou nada, auxiliam os autênticos necessitados de ajuda.
Se em 1847 existiam 50 mil “pied-noirs” franceses na Argélia, em 1962 tornaram-se um milhão de “pied-nois” argelinos em França.
Com tanto intercâmbio racial, cultural, social e político, somente uma Europa de “geometria variável”, quase “sem rei nem roque” não consegue encontrar os ventos necessários ao seu levantar de voo.
Deste modo, a Europa torna-se numa medusa adaptada a uma vida errante.
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