Com 40 mil turistas portugueses na Tunísia, e, com 10 mil turistas tunisinos em Portugal, o intercâmbio social e cultural fica, muitas vezes, reduzidos às limitações do turismo “low cost”.
Por isso, a percepção dos portugueses das realidades políticas e sociais da Tunísia desvanece-se nos “raios solares” das praias, e, das “águas quentes” das solarengas praias da Tunísia, acrescida, dos passeios turísticos, devidamente, demarcados e programados.
Acresce-se, que o tecido empresarial português, embora débil, tem alguma repercussão económica, quer na Tunísia, quer em Portugal, neste sentido, não nos podemos equiparar à França e à Itália..
No contexto político, somente, a França, Itália e a Espanha têm manifestado algum apoio ou alguma expectativa, falta ao “desaire” da U.E. , e, da sua política externa, que se reverte em alguma predominância de “aceno económico”.
Nem sempre, os vizinhos são os melhores conselheiros. Apesar de certos alertas, o País à beira-mar plantado resigna-se a um certo silêncio, talvez pela similitude com a “Revolução dos Cravos” em Portugal.
É natural que as nossas estruturas diplomáticas não alvejam determinados voos, dada a dimensão reduzida da nossa projecção na Europa, e , à falta de ambição na cena política internacional.
Por isso, toda a manutenção de um certo silêncio, talvez nos acautele das possíveis reacções da explosão democrática na Tunísia.
Mas um certo empenho, compromisso e atenção aos anseios da população da Tunísia, deveria preocupar certos agentes políticos.
Certamente que a juventude árabe manifestará certos tipos de reacções políticas que não são típicas da cultura ocidental, dado o seu contexto de politização. Todavia, o seu acompanhamento deve prosseguir nas sendas que o futuro, de forma incerta, continuará a desenhar.
Oxalá, os bons ventos fortaleçam a “nova democracia” da Tunísia.
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