Desde 1970 que a França mantém relações diplomáticos com a China, mas somente passados cinco anos estabeleceu intercâmbios económicos. Nessa época, o jornal “Le Monde”, apesar de destacar um jornalista para os assuntos chineses carecia avidamente de notícias do império chinês, relevando Macau como fonte credível de informação.
Apesar da presença portuguesa por essas paragens, e de um contacto mais próximo com a realidade chinesa, os progressos possíveis desse conhecimento poucos frutos trouxeram para o retorno do relacionamento entre partes. Hoje, os franceses orgulham-se de ter empresários e políticos que dominam a língua chinesa, desenvolvendo um autêntico assédio ao nível de marketing.
Por outro lado, a avidez chinesa pela tecnologia francesa estende-se desde os comboios aos aviões, e por tudo aquilo que se revela como inovação.
A China prepara-se para implantar 8 000 Km de via de comboios de alta velocidade, cuja tecnologia importou de França, ao mesmo tempo que vende carruagens e máquinas, de segunda categoria, para Angola, é claro “made en China”. Ou seja, de importadores de alta tecnologia passam a exportadores de recursos modestos, todavia necessários.
Existem, actualmente 50 aviões ligeiros na China, de origem privada, contra 9 000 nos USA. Portanto, com um território imenso, as potencialidades aumentam e neste sentido os franceses redobram de atenção, neste sector. Detecta-se, presentemente, 600 clientes potenciais, desde que os céus chineses se abram à iniciativa privada. Entretanto, os chineses entrincheiram-se na abertura de portos e aeroportos em Angola, com mais de 400 empresas, cujas 50 são estatais.
Ainda que a China represente somente um terço da aviação americana espera-se, que nos próximos 20 anos, importe 4 000 aviões, se for acaso, não os construir por iniciativa própria.
Com um excedente comercial de 27,15 mil milhões de dólares, em Outubro, nada impede a China de atingir os seus objectivos, nem o seu entusiasmo pelo Airbus 380, já que a EU se tornou no seu principal parceiro comercial com um volume de negócios na ordem de 350 mil milhões de dólares, nos três primeiros trimestres de 2010.
Aliás, o FMI realça que a China ajudou a salvar a zona Sul de África desta crise mundial, contribuindo para o seu crescimento em 5%, sobretudo no Quénia, Nigéria e Angola.
Apesar de na sua entrevista ao Figaro, Hu Jintao salientar que a China “pretende trabalhar conjuntamente com a França, Portugal e todos os outros países do mundo...” questiona-se, se apesar da porta de Macau, desenvolvemos sistemas de informação, planeamento e marketing que outros, tardiamente agarraram com avidez.
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