Quatro eminentes intelectuais, especialistas na política portuguesa, foram entrevistados por Fátima Cerqueira, num programa de televisão, emitido pela RTP 1.
Queda-se a sensação do senso comum que os problemas enunciados são analisados por uma panorâmica geral, que qualquer cidadão atento, exclama: “déjà vu”
Aliás, estes debates perfilam-se em tiradas genéricas, que pouco elucidam sobre a profundidade dos problemas expostos.
No entanto, ressalva-se a inquietação interior do Dr. Mário Soares, acerca dos seus amigos africanos, e, acerca da descolonizarão, de que o país mergulharia na mais estranha pobreza, e, logicamente, se incorporaria na saudosa Espanha, como digna província da antiga Lusitânia.
Assaz dizer, que existe uma forma de fazer política que assenta numa mera adição aritmética de dez mais dez, chegando aos cem; e, outro modo de operacionalidade, que consiste numa forma geométrica que ascende do zero aos cem, digna dos bons condutores do movimento em aceleração.
"Quem deteve alguma experiência de poder exibe naturalmente este movimento de poder, implícito à acção política, que não pode quedar-se na simples reflexão de obra já construída".
O movimento em aceleração, ou, em rotatividade, implica quer uma queda, quer uma ascensão, e acarreta outros tipos de progressão. Por vezes, estes movimentos não são visíveis na esfera chamada “pública”; embora, seja um contra senso, para a mais "nobre actividade humana".
A política do “flash” deixa atónito qualquer interveniente pelo poder que a imagem acarreta junto dos seus consumidores.
Os meios de comunicação e a televisão exigem uma mobilidade de acção que se torna “autofágica” dos seus interventores.
O processo de globalização imiscui-se, secretamente, nas correias de transmissão de um poder que se esvazia e rodopia em processos de assimilação, ruptura, esvaziamento, e, endeusamento, ou, queda livre.
Por isso, ressurge uma política instintiva, refeita de adaptação, voraz do seu próprio movimento, que somente uma série de instantes permitir desvelar uma certa continuidade, inerente à rotatividade do seu percurso, e, andamento.
Deste modo, não é só conhecer o caminho, mas também construir o próprio caminho, ou melhor, o caminho vai-se fazendo, caminhando.
Este processo de antecipação no movimento acelerado do nosso tempo necessita de autênticos argonautas que saibam conduzir os vários barcos da armada europeia. No seu interlúdio queda-se a esperança de renovação.
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