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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Staff presidencial.66 - a informação

De vez em quando, povo português clama : “poupem-nos”.


Alguns portugueses orientam as possíveis antenas para outros canais para não serem conspurcados com tanta “crónica negra”.

Já chega de tanta informação, e, tanta trapalhada!....

“Deixem-nos trabalhar!....”

O êxito comercial do “Correio da Manhã”, à semelhança do “Parisien Liberé”, persiste em funcionar como “matéria de informação” de muito jornalismo.

Avidamente, a caça aos políticos continua a facturar.

Detentores do poder, tudo vale para a venda do produto verdadeiro ou falso.

É preciso vender, facturar!...

As pulsões inconscientes regurgitam-se nas “crónicas negras” que as imagens puras e imaculadas dos senhores do poder devem exibir.

Deixemos em paz o Ministério Público, que gosta de aparecer nas televisões, ou, o exercício do trabalho das instâncias judiciárias que cumprem o seu ofício.

Esta pretensa moralidade de exibição pública nada tem a ver com a dignidade daqueles que ousam dizer: “deixem-nos trabalhar”, ou, talvez, deixem-nos viver e facturar!...

Certos portugueses admiram-se que, lá fora, os portugueses são os maiores.

E, de facto, por vezes, isso acontece.

A ética do trabalho, a recompensa do esforço, nada condizem com a falta de respeito, de certa mesquinhez à dignidade laboral daqueles que afirmam e querem trabalhar.

Se, à ética do trabalho se associa a metodologia laboral, qualquer empresa estrangeira demonstra a validade deste enunciado.

Se a imagem pura e imaculada dos políticos não existe, em qualquer lado, deixemos, também, um espaço para que a imprensa e a informação cumpram o seu ofício.

Todavia a demonstração de tanta moralidade que não respeita as linhas essenciais do direito não encontra nenhum fundamento daquilo que é justiça.

A justiça no trabalho e o seu mérito associado devem ancorar-se na sua própria ética e moralidade. A dignificação do trabalho é o valor essencial da realização humana, e, portanto, merece todo o seu respeito.

Será que pelo facto de não estarmos imbuídos da ética kantiana (caso da Alemanha), ou, do espírito cartesiano (exemplo françês), navegamos neste jeito de navegação à vista e “desenrascanço”?

Mas se os portugueses sabem trabalhar, qual é a razão por que é que os políticos não sabem trabalhar?...

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