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terça-feira, 16 de março de 2010

EURO POLITIQUE.4

Retorno a Africa




Portugal não é um país de ricos, nem tão pouco tem uma classe média baixa, média ou alta bem definida.

Existem 4.000 pessoas que ganham mais de 250.000 euros, e 30.000 que devem chegar aos 150.000 euros. (Além de uma reduzidíssima elite dos chamados ricos).

Com uma população de 18% de pessoas no limiar da pobreza, restam os lutadores da sobrevivência social, económica e política.

Recordo-me do filósofo José Gil quando deambula pela subjectividade humana portuguesa, e pela negação da redução do homem económico, na sua essência. Outros horizontes se inscrevem nesta tímida portugalidade.

O mar continua a ser a nossa fronteira. A aventura marítima desenha-se como nosso sonho. E, o encontro com outros povos sempre nos trouxe a alegria de nos reencontrar-nos.

Quando a Europa definha, estiolada no seu bem-estar, que parece desaparecer dos seus pés, eis que outros calcanhares necessitam no nosso estímulo e ajuda. Por que deixar que o tédio e o ócio invadam os horizontes portugueses?

Recordo-me da canção: “vou levar-te comigo irmão”

Água é sinónimo de energia.

Dois grandes países irmãos abrem-se, estendendo as mãos.

Moçambique prepara-se para construir um caminho de ferro de 2 000 Km , ligando o Norte ao Sul do país. Produtor de electricidade carece de uma linha que ultrapasse os velhinhos trilhos de 25 Km à hora, para um desenvolvimento sustentável das suas potencialidades carboníferas e outras. Cahora Bassa necessita de religar-se com cabos de alta tensão através da sua espinhal dorsal territorial, como forma de desenvolvimento agro-pecuária.

Nos arredores de Maputo observava-se uma pequena escola primária. Do chão emergiam cabeças totalmente atentadas, num silêncio entusiasmado, à explicação do professor. A sua atenção contrasta com o enfado e tédio de muitos alunos europeus. Estão cansados e fartos de um modelo que pouco os entusiasma!...

Ousem aventurar-se, e esventrar-se na sua subjectividade fraternal!...

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