De soslaio admirava Zeca Afonso, sentado no balcão do Café Marinel.
Rapidamente se improvisou na Praça Pública um palco para tão digno artista, que maviosamenete cantarolou as "canções de Abril".
Vagamente, recordava algumas árias que naquela madrugada ecoavam através da rádio, nos confins da fronteira de Valença.
O combóio estacionado na estação de Valença estava prestes a partir! Já tinha saboreado sofregamente uma refrescante "coca-cola", quando retornava ao meu lugar na carruagem. Alguém susssurrava ao meu ouvido dizendo que ecoou um nome, cujas sílabas referenciavam a minha identidade.
- "Nada a fazer" - cogitei pesarosamente.
Dirigi-me aos guardas de serviço, que ousadamenete me transportaram até ao posto fronteiriço.
- "Está aqui pendendente um aviso de captura dos serviços militares" - argumentou o oficial de serviço.
- Okay" - anui, em conformidade, continuando.
- "Mas já que estou detido, presumo que devo jantar, ainda que o repasto advenha do "hotel"
Apesar da ousadia, assim aconteceu.
Na manhã seguinte, após diligências informativas para o DRM do Porto, fui libertado, com a frase seguinte:
- "Você, não merece isto!..."
Adeus, Valença.
Seguidores
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
EUROPOLITIQUE: Recordando "Platero y Yo" ....Juan Ramón Jiménez
Na minha tenra idade escutava os poemas de “ Platero y yo” , com uma avidez e candura própria da inocente e singela juventude, que era o ...
-
Introdução A quinta ou solar da Loureira revela várias fases de construção e várias gerações de ocupação, através dos seus tempos e...
-
À semelhança de outras capitais, desenham-se em Angola, tabelas de preços na construção civil, que apesar de incipientes, pretendem dar u...
-
Alfredo Roque Gameiro nasceu em Minde, concelho de Porto de Mós, a 4 de Abril de 1864 e faleceu em Lisboa, a 5 de Agosto de 1935. Os to...
Sem comentários:
Enviar um comentário