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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Episódio da Raia.1

De soslaio admirava Zeca Afonso, sentado no balcão do Café Marinel.
Rapidamente se improvisou na Praça Pública um palco para tão digno artista, que maviosamenete cantarolou as "canções de Abril".
Vagamente, recordava algumas árias que naquela madrugada ecoavam através da rádio, nos confins da fronteira de Valença.
O combóio estacionado na estação de Valença estava prestes a partir! Já tinha saboreado sofregamente uma refrescante "coca-cola", quando retornava ao meu lugar na carruagem. Alguém susssurrava ao meu ouvido dizendo que ecoou um nome, cujas sílabas referenciavam a minha identidade.
- "Nada a fazer" - cogitei pesarosamente.
Dirigi-me aos guardas de serviço, que ousadamenete me transportaram até ao posto fronteiriço.
- "Está aqui pendendente um aviso de captura dos serviços militares" - argumentou o oficial de serviço.
- Okay" - anui, em conformidade, continuando.
- "Mas já que estou detido, presumo que devo jantar, ainda que o repasto advenha do "hotel"
Apesar da ousadia, assim aconteceu.
Na manhã seguinte, após diligências informativas para o DRM do Porto, fui libertado, com a frase seguinte:
- "Você, não merece isto!..."
Adeus, Valença.

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