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sábado, 6 de junho de 2020

EUROPOLITIQUE: "Se encontrar o seu anti-eu, ou, o seu antiego não lhe aperte a mão"


A revolta interior pode virar-se contra nós, com a sua energia maléfica de tal modo que nos odiámos a nós próprios. Não vamos entrar pelos campos da psicologia, dessa energia negativa sobre nós próprios – masoquismo, ou, nessa força violenta sobre os outros - sadismo.

Por que motivo, eu fiz isto ou aquilo? Por que tomei esta ou aquela atitude? Eu, não desejava nem queria fazer isso. Aquilo é precisamente o que eu, não quero ser. Estas considerações e comiserações levantam-se, por vezes, dentro da nossa autoconsciência. 

Duplica-se em nós, esta forma de análise que nos revela um “anti-eu”, ou, “antiego” que nos incomoda interiormente, e, nós detestamos.  Sentimos repulsa, ódio, nojo, vergonha, comiseração por sentimentos que se nos revelaram de forma tão negativa para a nossa perceção individual.

«Se encontrar o seu anti-eu, não lhe aperte a mão» (1)

Não lhe aperte a mão por que é capaz de estoirar “num clarão de luz”. Não será fácil encontrar, em parte ou na sua totalidade, o seu antiego, ou, o seu anti-ego. E, se o encontrasse, desapareceria “num grande clarão de luz”. «Toda a partícula tem uma antipartícula, com a qual pode aniquilar-se». «Pode haver anti-mundos e anti-pessoas feito de antipartículas». (2)

Ora, se a natureza tem antipartículas, como forma de movimento, de rotação e de vida; a energia necessária para a sua pessoa processa-se nesta negatividade que o torna mais responsável para consigo mesmo. Por isso, não quero apertar o pescoço ao meu anti-ego, ou, ao meu anti-eu, porque ainda tenho oito minutos de luz desde que a vela do Sol se extinga.

(1)  e (2)    HAWKING, Stephen – Breve História do Tempo, pg. 85, Edições Gradiva, Lx.2011.

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