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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

As fortunas e o crescimento exponencial (100.000 vezes)

No crescimento linear andamos entre vinte a trinta anos, ou seja, na sequência de um, dois, três, quatro, cinco anos para comprarmos um andar ou piso, uma casa ou uma vivenda, segundo as posses e encargos que podemos suportar, grosso modo, salários e rendimentos, e, também segundo os créditos, taxas e juros que conseguimos obter para atingir o supremo objetivo de um teto. Havendo um teto, temos o reconforto do “doce lar”, ou seja, o nosso sonho realizado e garantido de “my sweet home”.

O crescimento linear tem um ritmo lento, suave ou agudo, nas suas prestações bancárias, todavia constante, que se prolonga através dos anos da nossa penosa vida de trabalho, sacrifício e de poupança, e, que muito depende do funcionamento da economia e das suas condições, da sua tabela de juros, mas que nos conduz ao  conforto tranquilo e repousante de um lar.

O crescimento exponencial tem um andamento progressivo dentro de uma sequência de um, dois, quatro, oito, dezasseis, trinta e dois em que se situa o papel do milionário ou capitalista, que somente pensa em fazer progredir o seu dinheiro. Ou seja, enquanto o “aforrador caseiro” deu cinco passos e atinge linearmente o sexto, já o capitalista progressivo, nos mesmos cinco passos, atingiu a fasquia de 32. A progressão não é linear e ao dar o primeiro passo, quando passa para o segundo passo, já duplicou a fasquia do primeiro e ao terceiro já duplicou a fasquia do segundo e assim sucessivamente. (Claro, que esta curvatura em forma de S, terá as suas contradições...) Torna-se óbvio que este crescimento exponencial requer um ponto de partida com alguma mercadoria, com credibilidade e defesa do sistema bancário ou financeiro (ou seja, implica astúcia e argúcia na utilização das fracas economias dos pobres, da cativação das poupança de contas bancárias da classe média e dos fundos institucionais ou milionários).

 

Mais que nunca, aqui tempo é dinheiro. E, enquanto uma vida de trabalho se pode resumir à aquisição de um teto na constituição de uma família normal, repleta de valores e boa consciência, em que construiu uma vida pagando os seus impostos, se fez sacrifícios e se realizaram as devidas poupança e contribuiu-se para o bem-estar dos outros, aquele que grimpou no “crescimento exponencial” atingiu o seu auge em tempo idêntico àquele em que se situa o cidadão normal. Claro que o negócio ou a vida empresarial permitem que estes crescimentos exponenciais possam acontecer. Mais difícil de esclarecer são aqueles exemplos africanos. Por exemplo:

1996 – 30.000 dólares (venda de carro).

1998 – Empresa de limpeza de Luanda e Restaurante/Bar.

2000 – Unitel.  (27 anos). Empresa de telecomunicações. Salto para os bancos.

2005 – B.I.C. de Angola

2006 – GALP – Sines/Matosinhos. Retorno a vários bancos em Angola.

2010 – ZON – NOS.  Financiamento pelos bancos para fábrica de cerveja, cimentos, etc...

2015 – EFACEC – CANDANDO (Angola). Presumível crise do petróleo em Angola.

Fortuna de 3 mil milhões de dólares - (vikipedia) - (cujo inicio foi de 30 mil dólares – venda de carro, um valor de 0,001%, já que cresceu 100.000 vezes).

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