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domingo, 3 de novembro de 2019

EUROPOLITIQUE: No dia dos Finados, ou, 02 de Novembro.

Este “clin d’oeil” que nos permite dizer que estamos vivos, ou, esta “janela aberta para o mundo” que é a nossa existência, enquanto sujeito dos objetos que nos circundam, e, que nos permite afirmar que o mundo existe hoje e amanhã não sei, realça o nosso pensamento sobre a nossa finitude. Um dos meus amigos contratou uma agência funerária com “passaporte para o além” com tudo pago. O local da sepultura encontra-se engalanado, mas ainda não chegou o dia do finado. Nesta altura deve estar um pouco esquecido da fatura, que não sei se tem iva, já que foi paga no estrangeiro. Claro que ele estava atento à qualidade e duração da vida, mas nunca se sabe como age a violência da natureza, e contra ela resta-nos o tal “clin d’oeil” que era a sigla do “instante” em Kierkegaard; com cujo anúncio testemunhou a sua própria morte.  Agarrado ao “instante” panfleto ou jornal, expressão de uma “adeus existencialista”, esta atitude permanece como sinónimo da notícia ou do anúncio de que também estamos vivos ou não, ou, que a vida preenche cada momento. “My pain” era a experiência única e individual de Wittgenstein acerca da dor, do sofrimento na sua própria dimensão emocional. E, a morte acarreta este adeus, este momento "dolorido", esta experiência do instante final que nos resta, sendo a morte única. É o momento de passagem para o crente, é o fim da linha para o descrente, é a saudade para o amigo ou para o familiar.                                                    

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