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segunda-feira, 28 de outubro de 2019

EUROPOLITIQUE: A noção de propriedade no desenvolvimento da infância e no contexto familiar

Segundo certos autores “não nascemos com um conhecimento de propriedade”.                                                                                 Portanto, é na infância que nos identificamos ou inculcamos (introjetamos), no que consiste a propriedade. Mas existe uma diferença entre identificação e introjeção.    
                                    A identificação conduz aos princípios voluntários de aceitação, (neste caso, em que é a propriedade), na qual se desenvolvem comportamentos de “cidadão cumpridor da lei”, aceitação pela sociedade e reconhecimento social. 
Embora ostensivamente estas análises corroborem a teoria psicanalítica, encontramos perspectivas interessantes.              
Já dizia Aristóteles, “o homem é uma animal racional, social e político”. Portanto, viver em sociedade, é viver na pólis, é aceitar pagar impostos, tendo como lema que, qualquer senhor  é proprietário.                                                                           
 A introjeção, ou, simplesmente, a inculcação destes valores conduz a um processo em que a criança, sobretudo antes dos 5 anos, é incapaz de perceber um princípio, regra ou lei, quedando-se num estado em que não perceciona as consequências daquilo que lhe pertence ou não, presentemente ou até num futuro próximo.             As noções de propriedade agudizam-se no contexto familiar de uma forma que parece que as pessoas retornam à sua infância. Além do lado afetivo e sentimental dados às coisas ou à propriedade, existe quase como um regresso às origens, ao seio maternal, em que o sentido de pertença gera conflitos.              
 Se, “os valores são as regras que usamos para decidir o certo e errado, o bom e o mau, o que é real e verdadeiro” porque, então, temos dificuldade em distinguir o que é o roubo do que é a propriedade, no contexto familiar? Ou, ainda, por que confundimos as partes com o todo, o todo e as suas quotas, os direitos com deveres e vice-versa, ou, a diferença dos seus atores  com  valores que lhes são contraditórios?                            
Será um retorno à infância, ou, será a pura ganância?

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