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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

EUROPOLITIQUE: A carência de um Bem, outrora abundante - a carne em Angola


Nos velhos tempos da “Angola agrícola” contavam-se em cabaças a cabeças de gado, segundo consta a tradição. Os grãos de milho contabilizavam os rebanhos que se estendiam pelas suas pradarias, bosques ou  savanas.
Hoje, são as ditas “fazendas”, cuja origem se deve aos portugueses, as  quais recebem acordos com empresários brasileiros para devolver o esplendor e abundância de carne, com o beneplácito da esfera governamental, numa economia de cariz planificada.
O Brasil tem um tradição exportadora de carne que se situa em 500 vendedores certificados; por isso, o acordo de 2015 estabelecido nas terras do Cuando Cubango com 40 fazendas e uma área de 200.000 hectares, ainda não começou a dar frutos, ainda que recentemente o Banco Mundial tenha disponibilizado 230 milhões de dólares em apoios agrícolas.
Angola importa, nada menos, de 600 milhões de dólares em carne, a cujos gastos se ajusta um investimento de 571,9 milhões de dólares, para quedar-se nos 20% das suas importações.
Apesar dos apoios do Banco Mundial, Angola ficará a 50% dos seus objectivos programados, se o dinheiro for efectivamente investido.
O preço da carne em Angola atinge valores que são o oposto da abundância e fartura brasileira, de cujo expoente surge a “picanha”, espalhada pelos diversos rodízios e restaurantes; tornando-se no maior exportador mundial de carne.
As potencialidades agrícolas em Angola, com a sua rica bacia hidrográfica, reúnem condições únicas para a exploração da criação bovina. Apesar dos roubos, da adaptação de raças aos seus solos, das intempéries e das doenças, urge que Angola retome os “velhos tempos” em que as cabaças sejam substituídas por uma moderna comercialização da indústria da carne, numa economia de mercado aberto à produção nacional e à exportação internacional.

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