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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

EUROPOLITIQUE: A sobrevivência do Eixo-Atlântico


A eleição de Trump deixou muitas incógnitas na senda internacional, fazendo prever algumas ideias esboçadas pelo candidato, cuja promessas ou implementação podem ou não ser efectivadas, já que as instituições americanas são complexas e diversas.
O eixo atlântico, sobretudo, a Europa carente de uma defesa externa e de uma diplomacia de “voz única” parece fraquejar perante algumas ideias avançadas por Trump, que podem conduzir ao surgimento dos “dois blocos”.
Se, o Iraque é consequência militar dos USA, a Líbia é referência dos franceses e ingleses, que após os bombardeamentos deixaram o seu destino, aos sabores dos ventos africanos e das suas tribos. A diplomacia portuguesa, de quem se esperava alguma coisa, alinhou pela estratégia comercial da França, que anteriormente já tinha exibido os créditos na exclusiva procura de interesses económicos. Nem os fundos líbios na CGD serviram de travão para implementar qualquer presença lusa, limitando –se a uma pequena ajuda hospitalar, que implicou a debandada diplomática.
A defesa da Europa, com a saída do Reino Unido, ficou empobrecida. O centro nevrálgico de Paris, apoiado por uma Alemanha desmilitarizada, carece da implementação de autênticos pilares ou bastiões para uma defesa em situações imediatas. Apesar de um reduzido núcleo de defesa nuclear pela França, as restantes forças dependem da sua estratégia europeia. Ou seja, é demasiada responsabilidade para um país só.
A Europa carece de um sólido sistema de defesa, que sem o apoio americano, fica dependente da hegemonia da Rússia, colocando-a numa influência externa, que perdeu nos últimos anos. Juntamente com a defesa surge a diplomacia, e, na sua definição de “espaços de influência externa”, deve resultar da experiência histórica que os vários povos europeus têm exercido.
Conjuntamente com a defesa militar arrasta-se o desenvolvimento de “novas formas políticas”, que impliquem mais representação dos “cidadãos europeus”. Desde já, começa pela formação e funcionamento do Parlamento Europeu, pela renovação e papel de certas instituições adjacentes; e, sobretudo pela implementação de “sistemas financeiros e económicos” que integrem o papel das várias economias em funcionamento, respeitando a sua diversidade, mas inserindo as suas partes num todo.
A moeda única, valor de troca de mercadorias, sobretudo, dentro do seu espaço, implica que as suas transacções insiram as respectivas produções nacionais, num contexto em que os produtos europeus sejam objecto de consumo dos seus próprios consumidores.
A diversificação económica implica um imperativo de intercâmbio, em que os produtos sejam consumidos numa base de reciprocidade, que implicará redução da globalização externa, pelo privilégio da produção interna. Somente, com “novas formas e fórmulas económicas” que dominem o “sistema financeiro” que na sua lógica não se alimente, domine e estrangule os produtos em valores de “jogos de casino.”

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