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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

EUROPOLITIQUE: O Negócio do Azeite com pouca transparência

Do alto do santuário de Delfos, na Grécia,  avista-se um extenso olival na sua planície, que dizem que tem um milhão de oliveiras. Os restaurantes gregos são o grande veículo de promoção da azeitona grega, e, o seu azeite atinge valores bem superiores aos dos portugueses.
Mas, a estrela do comércio de azeite é a Espanha.
Enquanto que nos super mercados americanos o azeite se vende em decilitros, a tradição europeia consome este líquido em litros. Portugal é um dos cinco principais países exportadores de azeite, conjuntamente com a Espanha, Itália, Grécia e Tunísia.
No entanto, o comércio do azeite e da azeitona navega em terrenos pouco claros, quer na sua produção, quer na sua relação de exportação e importação.
A Espanha, com uma superfície calculada em 2,5 milhões de hectares, produz 1,4 milhões de toneladas de azeite, enquanto que, teoricamente, a Itália, com 1,35 milhões de hectares, somente, produz 330.000 toneladas. Portugal começa a atingir entre 120 a 130 toneladas de azeite, com 352.350 hectares.
Ainda que, em 2015, Portugal tenha exportado 129.600 toneladas de azeite, sendo que Espanha comprou 63.970 toneladas, ou seja, 49%  das exportações portuguesas. A produção alentejana atinge as 80.000 toneladas.
No entanto, a Espanha atinge a soma de 1,1 milhões de toneladas, a nível da exportação, com um valor próximo dos 3.000 milhões de euros, enquanto Portugal quase atinge 150 milhões, ou seja, 0,05% do valor espanhol.  Apesar de tudo, a Itália importa, nada menos, de 550.000 toneladas de azeite, detendo, a nível mundial, uma supremacia de vendas superiores às portuguesas.
Ainda que  produção portuguesa comece quase  a ser suficiente para as suas necessidades internas, nas obrigações pelo lado exportador surgem carências.
Apesar disso, Portugal é um país importador e exportador, tal como a Espanha e a Grécia.
Sem desvelar o enigma da pitonisa de Delfos, o mercado encarrega-se destas trocas, quer no azeite a granel, quer no azeite engarrafado.

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