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terça-feira, 29 de novembro de 2016

EUROPOLITIQUE: O "Fair Play" de BOB DYLAN e a rusticidade de "Mil Lagos"


 Embora o “fair play” esteja ligado à ética desportiva, ou, genericamente ao modo leal de agir ou jogar segundo as regras, de modo a não prejudicar de forma propositada o adversário, as suas atitudes e determinações também se aplicam ao campo musical, quando duas entidades distintas se confrontam na atribuição de um prémio e na sua respectiva aceitação, merecendo cada uma o seu devido respeito.
Pouco diligente, Bob Dylan aceitou o Nobel da Academia Sueca, embora de forma tardia, já que se trata de uma instituição de craveira internacional; todavia, fê-lo como forma de “fair play”.
Mas, da mesma forma que não foi diligente também fez um certo “fair play”, alegando que por "compromissos de trabalho", talvez, não estaria na atribuição do prémio, nem determinou a forma como recebê-lo.
Ao seu estilo, tanto faz mais um milhão de dólares, como a honra na recepção do prémio, podia-se dizer que  se “está nas tintas”, embora a sua poesia e os  seus poemas venham destas cores e dos seus traços.
Um dia, em terras próximas de Bob Dylan, reclamei com o bagageiro, por causa de uma mala atirada sem precaução. A resposta do bagageiro foi muito simples: “coloque-a, você”.
Esta falta de “fair play” que nos causa alguma perplexidade, a nós europeus, parece inscrita nesta espontaneidade e franqueza, que esconde alguma “rusticidade”.
Este “estado rústico” da região dos “mil lagos” contrasta com o “estado ou tom polido” da Academia Sueca, que julgando receber um certo “fair play”, mais condigno de tal celebridade, foi surpreendida pela rusticidade de um Bob Dylan, que de “pessoa culta e urbana” que parece ser, se deixa contaminar por uma rebeldia que se arrasta numa certa rusticidade, própria da zona dos “mil lagos”.

 

 

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