Nesta linguagem da diplomacia, por vezes,
o diabo anda à solta.
Por isso, convocamos um bispo português para
exorcizar os demónios que andam à solta, já que o senhor embaixador angolano, em Lisboa, diz - “que
em Portugal sempre se pretendeu: diabolizar Angola”
Muitas vezes, joguei futebol com jovens,
que no seu íntimo guardavam a sensação de 500 anos de colonialismo. Mas sempre
respeitámos as suas idiossincrasias.
Muitos portugueses sonharam com Angola,
nos mais variados projectos, e, sobretudo humanitários, como era o caso daquele
“grupo de futebolistas”.
O bispo português afirma como é possível um grupo
de 17 jovens conseguir fazer um “golpe de estado”?”
Se isto não é possível somente resta a
contestação, que entra na “liberdade de expressão”. E, a liberdade de expressão
e de pensamento está associada à liberdade de informação.
Se algum arauto português defende a
“terra queimada” nos antigos territórios ultramarinos, já que são escassas
estas vozes, a maioria dos portugueses lutou pela sua democracia, e, anseia
pelos valores democráticos em Angola.
“Dar voz ao diabo” significa que “Deus é
brasileiro” e, que os portugueses estão no “Portugal dos pequeninos”, relembrando a ideia de Agualusa.
A amizade e fraternidade que, por vezes,
nos une, supera qualquer maldade ou “diabolização”, que se pretenda introduzir
nos laços da nossa comunhão de povos. O diálogo nunca pode passar pela
escuridão!...
Mas, a minha experiência empírica com
jovens africanos, demonstra que a fraca consciencialização dos direitos, e
consequentemente deveres, acarreta um desleixo de crença nos valores da
política.
Se, Barack Oboma lamenta a falta de direito nas eleições governamentais africanas, como, por exemplo, a duração dos
poderes presidenciais, (em que lamenta deixar de ser presidente), esta acutilância pelos valores democráticos, somente
pode advir de consciências mais acutilantes.
Por isso, este grupo de jovens acarreta o
peso e as suas consequências.
“Menino não fala política” –
Valdemar Bastos.
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