Daniel Bessa e Manuel Pinho
caminhavam pela Vila das Artes, argumentando que “na indústria, em Portugal, os
salários são, em média, 32% do salário
dos alemães”, e, que “a produtividade (o valor criado por trabalhador) é, em
Portugal, 31% da verificada na Alemanha".
De repente, encontraram uma "figura emblemática", que lhes diz,
citando, casos verídicos:
Uma fábrica de “fabricar
parafusos” portuguesa, no Norte do País,
tem a mesma ou melhor competitividade que a sua congénere alemã; mas uma
fábrica de vagões, em Sines, faliu porque a sua congénere alemã é mais
competitiva.
A componente técnica de “um
parafuso”, quando passa para “muitos parafusos”, cria esta diferença ou
desvantagem.
Isto, quer dizer que os
portugueses não são menos produtivos que os alemães, mas quando se acrescenta a
componente técnica, estão num plano de inferioridade.
Ou seja, o “valor acrescentado”
às mercadorias é inferior ao dos alemães.
Para justificar a produtividade é
necessário “saber o que se produz.”
Se, os alemães fabricam aviões,
medicamentos, barcos, automóveis, etc..., (de grande valor acrescentado), os
portugueses fabricam azeite, tomate, vinho, que só com imensas quantidades
igualariam a componente técnica que lhes falta. Mas, para isso é necessário
haver uma equivalência de produtos e mercadorias.
O valor acrescentado às
mercadorias é que faz a grande diferença, não simplesmente a produtividade,
para dizer que os portugueses são preguiçosos. Ou seja, aqueles que são os PIGS.
Se, os produtos que fazemos e
construímos são de valor inferior, logicamente os salários reflectem a falta de
valor acrescentado.
A produtividade reside na falta da componente técnica e no
seu valor acrescentado. Ou seja, na tecnologia que não possuímos, mas temos de
criar.
A tese de Daniel Bessa está certa, mas a economia como ciência
humana, tem de ir mais longe, para encontrar a raiz dos problemas; e, nesse sentido, talvez, seja possível aumentar o salário mínimo.
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