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sábado, 31 de outubro de 2015

EUROPOLITIQUE: A tese dos "salários e produtividade" em Portugal - Daniel Bessa no Expresso

Daniel Bessa e Manuel Pinho caminhavam pela Vila das Artes, argumentando que “na indústria, em Portugal, os salários  são, em média, 32% do salário dos alemães”, e, que “a  produtividade  (o valor criado por trabalhador) é, em Portugal, 31% da verificada na Alemanha".
De repente, encontraram uma "figura emblemática",  que lhes diz, citando, casos verídicos:
Uma fábrica de “fabricar parafusos” portuguesa, no Norte do País,  tem a mesma ou melhor competitividade que a sua congénere alemã; mas uma fábrica de vagões, em Sines, faliu porque a sua congénere alemã é mais competitiva.
A componente técnica de “um parafuso”, quando passa para “muitos parafusos”, cria esta diferença ou desvantagem.
Isto, quer dizer que os portugueses não são menos produtivos que os alemães, mas quando se acrescenta a componente técnica, estão num plano de inferioridade.
Ou seja, o “valor acrescentado” às mercadorias é inferior ao dos alemães.
Para justificar a produtividade é necessário “saber o que se produz.”
Se, os alemães fabricam aviões, medicamentos, barcos, automóveis, etc..., (de grande valor acrescentado), os portugueses fabricam azeite, tomate, vinho, que só com imensas quantidades igualariam a componente técnica que lhes falta. Mas, para isso é necessário haver uma equivalência de produtos e mercadorias.
O valor acrescentado às mercadorias é que faz a grande diferença, não simplesmente a produtividade, para dizer que os portugueses são preguiçosos. Ou seja, aqueles que são os PIGS.
Se, os produtos que fazemos e construímos são de valor inferior, logicamente os salários reflectem a falta de valor acrescentado.
A produtividade reside na falta da componente técnica e no seu valor acrescentado. Ou seja, na tecnologia que não possuímos, mas temos de criar.
A tese de Daniel Bessa está certa, mas a economia como ciência humana, tem de ir mais longe, para encontrar a raiz dos problemas; e, nesse sentido, talvez, seja possível aumentar o salário mínimo.
  
“Salários produtividade” por Daniel Bessa, Jornal Expresso, 31 de Outubro de 2015

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