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sábado, 27 de setembro de 2014

EUROPOLITIQUE: A carência de engenheiros em ANGOLA



Desesperado com a sua licenciatura de engenharia, o jovem nortenho que se procurava, a título informativo, rumara para Angola. Ao contrário, do que "dizem e pensam os franceses", as relações de Portugal e Angola são umbilicais, embora a Total se apresente como seu expoente máximo. Certamente, os americanos reconhecem melhor o papel de Portugal.
Desde 2011 a 2014, estima-se que nestes três anos, nada menos de 548 engenheiros portugueses rumaram em direcção de Angola.
“Neste momento, a Ordem dos Engenheiros de Angola tem registo de 611 engenheiros portugueses, a trabalhar no país”, segundo relata José Dias, o seu bastonário. Claro que os dados oficiais não elucidam totalmente a realidade dos engenheiros actuais em Angola. Certamente que as contingências profissionais estão sujeitas a processos de mobilidade, embora os seus salários iniciais se situem entre os 3 e 3,5 mil dólares mensais, atingindo graus superiores na ordem dos 5 a 6 mil dólares mensais. 
Angola debate-se com uma grande escassez na formação de engenheiros, nas mais diversas áreas, e, somente 80 profissionais se formam anualmente, tendo em conta os dados da Universidade Agostinho Neto, que parece não corresponder à realidade actual das universidades angolanas.
Angola tem grande carência de engenheiros nas áreas da construção civil, do sector petrolífero e das energias. A cidade de Luanda, com os seus 6 a 7 milhões de habitantes, debate-se com graves problemas a nível da água e da electricidade. Alia-se ao grau de necessidades básicas, a escassez de formação de engenheiros, e, sobretudo, profissionais com experiência. Por isso, Angola carece de engenheiros com “experiência e conhecimento”.
Segundo relata José Dias, bastonário da Ordem dos Engenheiros de Angola, o papel da engenharia portuguesa no contributo para o crescimento de Angola “permite ao país ter capacidade técnica para fazer face ao investimento necessário em infraestruturas”.
Se, por um lado este contributo da engenharia portuguesa se torna precioso no crescimento angolano, por outro lado a concorrência das empresas de exploração de petróleo deixa certas lacunas de intercâmbio, de relacionamento e contribuição que, por vezes, molesta o labor profissional de alguns engenheiros, sobretudo, em questões salariais e, sobretudo, de reconhecimento social e técnico. O diálogo com as multinacionais nem sempre é fácil!...
Este contingente de profissionais carece de certos estímulos oficiais e sociais, de possível integração nacional, a que as autoridades angolanas e portuguesas não devem ficar alheias. 

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