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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
EUROPOLITIQUE: A propaganda e o PASQUIM
Não há poema
que resista
à tua beleza - Ipanema.
Mas lá dos confins do outro mundo,
se “Deus havia criado o sexo, Freud criou a sacanagem”
“Deus é brasileiro”, mas só de passagem!...
Panfleto anónimo, sem hora nem dia, ribombava em eco sarcástico, que sedentos prelos sorviam e ouviam em sonoras gargalhadas, embalados em sôfrega audição, não fosse ele um ultraje à tradição, ou, outro nome assim – o Pasquim. (“Pasquim – escrito que se afixa num lugar público e que contém expressões irónicas e curiosas sobre algum “affaire”, pessoa ou corporação”).
Alcoviteiro, por excelência,
clamava por digno decoro.
O seu anúncio era urgência,
declamado em riso e coro.
Floriu no Brasil, mas as memórias longínquas inscrevem-no nas tradições populares do Alto Minho. Qualquer escândalo digno de um reconforto moral erguia-se em pluma incandescente, cujo objectivo era despertar a gente. As mais castas e doces donzelas, símbolo de cândida beleza, empalideciam com a esgrima e rima de tão ávidos e audazes faunos e poetas, que despertavam em poemas despidos de pérfidos cupidos.
Era assim o popular pasquim que sem levar a mal se tornou internacional na luta do civil parou no Brasil.
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