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domingo, 8 de janeiro de 2012

EURO POLITIQUE. 201 - Esperança.2





É evidente que os chineses não colocam Lobito a duas horas e meia do Congo. Vendem comboios e carruagens para o terceiro mundo, ainda que nas suas linhas utilizem tecnologia europeia para gáudio das suas ligações internas a nível da ferrovia, atingindo a módica quilometragem de 500 Km à hora.
Se a Espanha já dispõe de moderna tecnologia ferroviária, procura vendê-la ao estrangeiro. Mas, no caso chinês não acontece o mesmo, já que os indígenas angolanos ficam satisfeitos com dois tipos de classe nos seus comboios, e o tal dito luxo europeu ou asiático quedaria mal empregue nas savanas africanas.
É evidente que a rentabilidade de Madrid a Sevilha não é conciliável entre o Rio de Janeiro e São Paulo, porque não têm a moderna ferrovia, e as cidades angolanas não regurgitam de cidadãos endinheirados para tais percursos.
Claro que esta questão do desenvolvimento convém aos seus actores envolvidos, mas certas contradições são dignas de registo.
O mundo ocidental tem sido generoso com um tipo de economia de “toupeira”. Esta economia de “toupeira” procura sugar a economia mundial de várias formas.
Ao confronto do mundo soviético e do mundo americano, surgiu a habilidade chinesa que procura conciliar o trabalho dos seus cidadãos com o capital estatal de forma esplendorosa. Exploração do trabalho, baseada na sonegação dos direitos humanos dos seus trabalhadores, para obtenção do máximo capital dentro de um Estado socialista, cujo objectivo político é embandeirar-se como potência económica.
Costuma-se dizer que com o mal dos outros se pode bem.
As certezas económicas de um rectângulo à beira-mar plantado é que têm de brilhar no esplendor da confiança financeira.
A moeda europeia, criada para o mercado interno e balizada no seu interior europeu, encontra-se balançada no movimento da globalização. Como moeda cobiçada foi através da fraqueza dos seus estados, que se ressentiu das suas debilidades. Ao mundo restrito da Europa surgiram os tigres asiáticos que conjuntamente com os BIRD desencadearam surtos de desenvolvimento que a letargia europeia foi incapaz de renovação.
Se o império romano tinha no “direito e no braço militar” a sua base de sustentação, o sonho europeu navega na incongruência da sua legislação e da disseminação das suas forças militares.
Uma moeda requer pilares de sustentação que não residem somente no carácter da economia. Outras traves mestras sustentam a sua afirmação. Por mais que a moeda americana seja periclitante, a sua base de sustentação é bem segura.
Face aos novos ventos da globalização cujas bases económicas e financeiras tem como objectivo o lucro imediato e espontâneo, todos os elementos da arquitectura de um moeda são minados na base da sua sustentação.
Com Angola e Moçambique na base da sua sustentação, possivelmente com uma mão de ajuda do Brasil, o pequeno rectângulo encontre ainda forças dinâmicas para qualquer tipo de evolução. A confiança numa economia encontra-se nos caminhos que se possam abrir à sua expansão.
As parcerias económicas e o intercâmbio cultural, alicerçado na mesma língua serão, porventura, uma das tábuas da nossa salvação.

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