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sábado, 1 de dezembro de 2012
Quadros angolanos: O gado de Cabinda no Jornal de Angola
A sabedoria e conhecimento do “velho cota” português não impediu que a introdução de 1.000 cabeças de gado em Cabinda fosse um autêntico desastre, segundo relata o Jornal de Angola.
A produção leiteira em Angola ronda os 5%, de tal forma que alguns estrangeiros nunca viram “a cor do leite” angolano.
No entanto, existem alguns resistentes à criação e produção animal que labutam diariamente no azáfama de transporte de água para alimentação dos seus bovinos.
Zé Kalunga debate-se quotidianamente com a falta deste precioso líquido, percorrendo vários quilómetros para satisfazer a sede dos animais.
Andava pensativo com a introdução de um furo nos seus terrenos de árida pastagem.
Ainda tentou convencer um certo funcionário com um “cheirinho de gasosa”, mas como o seu negócio era de bovinos não tinha nenhum cabrito que inebriasse com o seu perfume o gosto e odor de tal exigente amanuense.
Por outro lado, o “crédito ao empreendedor” não sustinha tal aventura, ainda que dispusesse de um pequeno tractor para o transporte do precioso líquido; ou, que o medo do negócio despertasse alguma cobiça.
Os pequenos negócios não têm pernas para andar, porque quando aparece algum lucro, surge imediatamente algum comandante que afirma que “isto era a ideia do governo”; por isso, há que partilhar o pequeno pecúlio. Tal como era “ideia do governo” introduzir gado em Cabinda, sem conhecimento e sabedoria do “velho cota”.
Zé Kalunga relembrava-se das histórias das grandes criações de “cabeças de gado ”no centro e sul de Angola, e tinha a certeza que a sua luta também não era inglória, já que a sua persistência começava a dar alguns frutos.
Perante a perspectiva de tal prosperidade, alguém alvitrou:
- “Zé Kalunga, porque é que não faz um furo para tirar água”
- Responde, o audaz e promissor fazendeiro, Zé Kalunga
- “ Bem gostava de fazer um furo. Já pensei nisso, mas não sou general. Se, por acaso, faço um furo, ainda levo um tiro!...”
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