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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Angola/China/Economia (50% do O.G.E.)


Com comboios a 180 Km do Congo, a 300 Km da Namíbia, Angola projecta-se com uma futura auto-estrada entre a capital de Luanda e a cidade do Soyo.
O problema das pontes, os atrasos burocráticos, a fraca influência política criaram enormes barreiras ao corredor rodoviário da capital com o Soyo.
Além do progresso social e económico desta via de comunicação associa-se o eterno isolamento do Soyo, e dos seus trabalhadores da área do petróleo, aos encantos da musa de Luanda.
Em relação à malha ferroviária, apesar dos projectos em curso, o desenvolvimento da ligação à África do Sul - potência industrial - com 10% da riqueza africana, através da Namíbia, torna-se imperativo na futura conexão com Luanda.
A democraticidade angolana caminha lentamente, ao contrário do seu progresso económico, mais material, que social e humano. Infelizmente é através da influência das próprias companhias petrolíferas que se tem gerado alguma democraticidade.
As perspectivas de uma autêntica hecatombe de votos, na ordem dos 82% do MPLA de 2008, faz lembrar os países árabes, para não relembrar as suas “primaveras”.
As trocas comerciais de Angola com a China, no primeiro semestre de 2012 situam-se na ordem dos 19,9 mil milhões de dólares.
Se, por um lado, as vendas de Angola com a China se situam em 18,22 mil milhões, por outro lado, as suas aquisições, simplesmente reduzem-se a 1,69 mil milhões de dólares.
O Orçamento Geral do Estado angolano é financiado, por um único país, ou seja, a China, em 50%.
(No campo dos valores, a China reduz-se ao aspecto económico).
Por isso, em breve, o combóio deve chegar ao Congo rapidamente, quando na sua construção estão envolvidos operários e firmas chineses. E, quando se fala de comboios, não convém descurar as possibilidades de construção civil e de casas; já que, por vezes, por trás de cada belo edifício de Luanda se esconde uma “terra tenente” qualquer!...
Em vez de qualquer  verbo, cuja semântica, implica “sugar”, o desenvolvimento de uma autêntica “sociedade civil” implica uma pragmática de “fertilizar”, para aqueles que lutam por uma autentica semântica e hermenêutica.
Oxalá, Angola consiga afastar o seguinte anátema:
“Paradoxalmente, os países em desenvolvimento com depósitos abundantes de petróleo e minérios estão frequentemente em piores condições do que países que se lhes comparam noutros aspectos mas que não tem esses recursos”  (Peter Singer, “A vida que podemos Salvar”, pg 51, Edições Gradiva, Lisboa, 2011).




P.S. Em 40 anos, a China tornou-se candidata a ser a primeira potência mundial!... 



1970 – Início e despertar da China (.....ao nível do Malawi....)

1990 – Entrada na OMC (Organização Mundial do Comércio)
2010 – Potência comercial (exportação de TGV’s!....). Financiamento de 50% do O.G.E. Angolano.
2030 -  (?..........).

“E se os EUA, a braços com uma grave crise orçamental, dão sinais de uma certa fadiga imperial, é agora a China – tecnicamente ainda um país do Terceiro Mundo – que financia a economia americana através da aquisição de títulos do tesouro. É de recordar que em 2003, o PIB dos EUA era oito vezes superior ao da China; actualmente, é apenas três vezes superior”.  (Luís Cunha; Expresso, Revista, pg.38, Agosto de 2012) 

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