Lisboa é sem dúvida a porta de entrada de Angola. Nada menos de 14 ligações semanais interligam este fluxo emigratório de 100.000 a 120.000 cidadãos de ambos os países. Se os residentes angolanos baixaram de 120 mil, para 60 mil residentes (com uma embaixada em Lisboa, e consulados no Porto, Faro e Coimbra), os cidadãos portugueses que procuram Angola estão numa espiral ascendente.
Enquanto que os angolanos procuram Portugal como destino turístico, comercial, intelectual, ou, por razões familiares; os portugueses prosseguem um destino de emigração.
Enquanto que das 50.000 empresas angolanas 10% talvez sejam exportadoras, nada menos de 80.000 empresas portuguesas exportam para Angola. E, comparar o turismo angolano com a África do Sul é uma miragem!...
Todavia existem fenómenos idênticos aos portugueses e angolanos.
Nada menos de 6 800.000 alunos angolanos do primário ao secundário debatem-se com o abandono escolar, pela sedução das cidades e “rápido rendimento”, e pela atracção das zonas costeiras marítimas. “A merenda gratuita” para as crianças mais carenciadas, e, a gratuidade de “manuais escolares” para as famílias de baixa renda aproximam-se de alguns dos objectivos do 1 700.000 alunos portugueses.
Todavia esta realidade de quase 7 milhões de alunos em Angola contrasta com outra realidade: ”Leonel da Silva revelou que, actualmente, existe em Angola cerca de um milhão e 500 mil contribuintes preponderantes para as arrecadações ficais do Estado, cuja importância aumenta ao longo dos anos. (“Estamos a trabalhar em termos de arrecadação de receitas e notamos ganhos positivos da actuação dos contribuintes”, realçou o director nacional de Impostos.”). Situação que é totalmente inversa com o caso português.
Todavia os projectos de intercâmbio de 200 professores portugueses ainda não tiveram uma execução digna de intercâmbio escolar.
Se, por vezes, as turmas são frequentadas por 70 alunos, esta realidade contrasta com a realidade portuguesa que se encontra em pleno declínio.
Apesar da construção de muitas escolas em Angola, elas debatem-se com enormes problemas de organização, gestão e administração que poderiam ser colmatas pelo intercâmbio de portugueses. É claro que os problemas de habitação preocupam os próprios angolanos, quanto mais as necessidades emergentes deste intercâmbio.
Além da Escola Portuguesa em Luanda com um excesso de procura de alunos, na ordem dos 1 200, existem também as “escolas Eiffel”, da petrolífera Total, na ordem dos 550 alunos.Mas o futuro passa pela educação!...
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