Orgulhosamente, um amigo meu, telefonava de França, exibindo o triplet AAA das Agências de Rating, criadas especificamente para análise de empresas, enquanto que outros países, em que me situo, se deviam limitar às posses de cada região.
Ora, ainda que pouco perceba da tão famosa taxa “Tobin”, é evidente que me assusta o fluxo de “dinheiro electrónico”, que num ápice de tempo, manipula milhares de milhares de “moedas” ou cifrões, sem que se possa saber o valor e conteúdo dessa grande gigantesca massa monetária flutuante.
É evidente que a “segunda economia europeia” nada tem a ver com “países periféricos”, já que para lá dos Pirinéus “aquilo é África”, embora muitos países africanos ou emergentes crescem na ordem dos 7% ao ano.
É que ainda que estejamos na cauda da Europa, pelo rabo se sustém o toiro. As contínuas chifradas de que somos vítimas têm demonstrado, se não fossem os combustíveis, as nossas exportações seriam excedentárias.
Ora, aqui é que entra o famoso “Quai d’Orsay”.
Para exemplificação do problema, que pressupõe várias teorias, exibem-se os seguintes argumentos:
- Portugal exerceu um papel essencial no Conselho de Segurança em relação à Líbia.
- A Fundação Kadhafi deixou uma quantia razoável na Caixa Geral de Depósitos.
- Portugal tem um enorme déficit de importação de “crude” da Líbia.
- Quais são as estratégias para colmatar tal “décalage”, à francesa?...
É evidente que o MNE português não precisa de pedir lições ao famoso “Quai d’Orsay”, digamos que lá vai o tempo, “green” missiva, e os “dois comendadores”. O MNE tem de saber jogar as suas armas em seu favor.
Portanto, que a “imaginação ao poder”, lema de Maio de 68, funciona na “intelligentsia” diplomática para que do “lixo” caminhemos até ao possível “Triplet AAA” gaulês, sem menosprezar a nossa amizade luso- francesa.
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