Como conseguir 30 mil milhões de euros para o pequeno rectângulo à beira mar plantado?
Convém recordar que a despesa corrente de 2011, sem juros e sem amortizações, tem um déficit perto de mais de 10 mil milhões de euros, entre receitas e despesas.
Evidencia-se uma alternativa possível de conseguir 7.000 milhões de euros com a venda das famosas "goldenshare" de empresas detidas pelo Estado. Aliás, árabes, americanos e franceses florescem neste ávido apetite das empresas portuguesas. Num país com 126.916 milhões de euros de depósitos particulares, com um aumento de 8% ao ano, ou andámos a dormir, ou resolvemos alienar aquilo que pode pertencer aos portugueses!... Como?!... (Imaginação).
(Todavia, convém frisar que a dívida portuguesa é da ordem dos 170.000 milhões de euros, idêntica ao seu PIB. Falta-nos 43.084 milhões de euros).
(Como exercício prático, coloque a Galp!... os seus projectos, os seus objectivos, as suas necessidades de investimento, as suas garantias de juros, a sua administração, etc...)
(Faz um ano, o senso comum funciona, no Norte do País, perguntava-se aos bancários se deviam levantar o dinheiro do Banco: "então voçê quer metê-lo no colchão., para lho roubarem!...". Claro que o BPN existiu, e agora todos pagam!...).
É evidente que não temos uma classe rica, como a americana, que detém o equivalente ao PIB canadiano.
(Os dez mais ricos do USA possuem uma fortuna equivalente a 220 mil milhões de euros, superior em 50 mil milhões do PIB de Portugal, e a ajuda externa ao pequeno rectângulo situa-se na ordem dos 56 mil milhões).
É evidente que não temos a tecnologia japonesa que lhe permite ter a maior dívida externa, maior do mundo, durante duas décadas.
É evidente que não temos um conjunto de empresas nacionais ou internacionais que possam criar uma alavanca para tais exigências.
É evidente que os portugueses que sentem o peso de 10% nos seus ordenados, não suportam mais um acréscimo de mais 20%.
Para reunir tal quantia teríamos de “limpar 25% do dinheiro” que circula como tipo de economia ou poupança dos portugueses.
Se tivermos de subir a fasquia para os 30% de impostos obrigatórios estamos a decapitar totalmente a classe média, se ela ainda existe em Portugal.
Ainda que certas empresas consigam um “autêntico voo internacional”, os lucros de tais empresas serão repartidos pelos seus accionistas.
Portanto, afigura-se um plano que requer imaginação e audácia na sua implementação. "Imaginação ao poder", parece um slogan de Maio de 68.
O Estado tem de dialogar com os cidadãos que porventura tenham um sentido humanitário e filantrópico neste desígnio nacional.
O Estado tem o dever de criar "mecanismos de poupança" consistentes e atractivos que assegurem o bem-estar dos portugueses. Se a poupança dos portugueses se situa nos tais 126.916 milhões de euros, quais são as alternativas do Estado, em vez de "roubar" este dinheiro?!...
O Estado tem o dever de congregar todos os portugueses residentes fora do país para criar um contributo de estímulo à economia nacional.
O Estado tem o dever de elucidar, sector por sector, os benefícios de um país exportador, além de incentivar os mais produtivos.
O Estado tem o dever de dialogar economicamente com os países susceptíveis de fomentar intercâmbios financeiros de ajuda internacional.
O Estado tem o dever de informar, contabilizar, dialogar com as instituições e indivíduos, e não quedar-se em soluções de “orgulhosamente” sós.
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