Face à globalização o sistema europeu não consegue manter o conjunto de direitos civis, políticos e sociais, que fazem parte do seu património, porque o predomínio de uma “teoria conservadora” e “economicista” não sustem os mecanismos sociais da sua protecção.
Simplesmente, sujeitar a vida económica do cidadão às forças dos mercados económicos desfaz toda uma lógica social de natureza de estados, já que eles não conseguem afirmar-se na dinâmica dos próprios mercados.
A massa de dinheiro flutuante que “organizadamente” continua nos seus ciclos de desenvolvimento, sem uma autêntica referência ao sistema monetário internacional ou nacional, desenvolvendo espaços de enriquecimento que fogem a qualquer controlo efectivo do seu real valor como processo de capitalização.
O papel das multinacionais e dos seus mecanismos económicos não encontra qualquer tipo de barreira na sua expansão e expressão.
Por outro lado, a corrupção que larva nos vários estados favorece um exponencial de interferências que dilui o real papel dos governos.
Dificilmente o sistema europeu manterá o conjunto de direitos que constituem o seu património face aos países emergentes que cada vez mais atraem o conjunto de multinacionais que encontram um terreno propício ao seu desenvolvimento.
Os cidadãos europeus são obrigados a compreender como funcionam os mercados nestes tempos de globalização, reduzindo um conjunto de benesses, mas preservando o seu património de direitos civis, políticos e sociais, sem se desfazer totalmente da sua aquisição.
As sociedades civis e os estados tem de processar uma dinâmica interactiva no auscultação e domínio dos mecanismos que atravessam e atraiçoam a manutenção de um património que, infelizmente, emagrece, definha, e, quase desaparece. Duzentos anos de luta e conquista estão sujeitos à voragem económica que rodopia nos incontroláveis mercados.
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