O valor médio dos ex-funcionários do Estado em Portugal é de 1.250 euros, o que comparativamente com um país como a França se situa na média dos reformados da classe mais baixa. Ora, digamos que a maioria dos funcionários públicos em Portugal possui um curso superior. Portanto, a comparação com os países do Centro da Europa fica aquém das respectivas remunerações.
Grosso modo, 67% dos ex-funcionários do Estado em Portugal ganha menos que a classe mais baixa em França.
Há quem alvitre um certo modelo espanhol de 2.500 euros de pensão máxima, ou, porventura, ainda, o estreito modelo social da Suíça de 1.500 euros; todavia as realidades económicas e sociais são diferentes.
A tal dita generosidade dos sistemas sociais do Sul não condiz com a remuneração mensal dos alemães, nem os esquemas de poupança sulistas asseguram uma certa longevidade económica.
O jornal DN de 21.05.11, ilustra-se com o seguinte título :“o número de pensões douradas do Estado aumenta 400% na década”.
Se, em 2010, a Caixa Geral de Aposentações pagou 7,7 milhões de euros é necessário saber onde vai buscar este dinheiro. As despesas implicam receitas, e, o funcionamento das receitas torna-se um problema a solucionar!...
“Quer melhor patrão que o Estado?” – dizia, para alguém, uma funcionária na catedral da Caixa Geral de Depósitos, em Lisboa.
Ora, um Estado em falência, que anualmente financia a Caixa Geral de Aposentações, onde vai buscar o dinheiro?
Se estivesse na Alemanha solicitava a totalidade dos seus depósitos, e, certamente embarcaria para o Brasil.
Se estivesse em França saberia o rendimento dos seus descontos ou o “plafond” que teria em caixa.
Se está em Portugal encontra-se simplesmente ligado "à torneira do Estado" (em falência), seguindo cumulativamente a palavra de “histórico”.
Este conceito literário “histórico”, sem qualquer semântica económica, já que o Estado desconta conforme as necessidades, leva-nos para os seguintes números: temos 49.562 funcionários com mais de 2.500 euros, 9.447 entre os 3.000 e 4.000 euros, e com mais de 4.000 euros, nada menos de 4.839, no ano de 2010.
Quer dizer que a chamada “elite” dos funcionários públicos atinge o valor de 63.848 funcionários, ou seja, grosso modo 33% dos seus ex-funcionários. Quer dizer que um terço dos ex-funcionários do Estado em Portugal está acima da classe mais baixa em França.
Além disso, esta chamada "elite portuguesa" paga impostos, e, dá uma média, por ano, de 200 a 300 milhões de euros para a Alemanha, França ou Itália, sómente no sector automóvel.
Num país que desperdiça 20% do seu solo, improdutivo e ao abandono, qual o sistema de produtividade que a legião destes funcionários pode ter?
A legião destes funcionários conseguiria eregir uma nova Portucel?
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