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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

EURO POLITIQUE 57. WikiLeaks.2




"O chefe do Governo russo, Vladimir Putin, numa entrevista ao talkshow de Larry King, transmitida na noite passada na CNN, e que o diário Guardian classificou como gélida, considerou "caluniosa" a descrição que dele é feito como Batman e do actual Presidente, Dmitri Medveded, como o seu fiel Robin. Putin fez também eco da ideia, comum na Rússia, de que os documentos foram divulgados por uma facção da Administração ou das forças armadas norte-americanas.

Também ontem se ficou a saber que os serviços secretos russos vão olhar com toda a atenção para os documentos. "Há informação suficiente para análise e vamos transmitir as nossas conclusões à liderança do país", disse à imprensa russa Mikhail Fradkov, chefe dos serviços de informação no estrangeiro, SVR."


A credibilidade de muitas divulgações de WikiLeaks não passam de uma roupagem serôdia nos seus 250.000 documentos considerados secretos.

Parece que muitos diplomatas das 270 embaixadas e consulados americanos, espalhados pelo mundo, elaboram certas “imagens visuais” , que confundem conteúdos imaginários com reais. É um espécie de mapeamento que nada convém às democracias. E, nesse sentido faz relembrar festas e acontecimentos do chamado mundo mundano.

Por outro lado, a forma secreta e anónima da divulgação desta documentação deixa muito a desejar da sua credibilidade.

Todavia revela uma certa futilidade a que alguns diplomatas se remetem dado a importância de outros assuntos, caracterizam-se por uma diplomacia de corredores da corte, e, portanto ultrapassada.

Mas, esta roupagem é simplesmente a rama florida e “coquette”, do tronco e raízes da árvore, que no nosso entender, pautam a política externa.

O tronco é, sem dúvida, o mundo dos tratados, alianças e acordos entre países. E, neste sentido é lamentável que o restolho da rama afecte o seu relacionamento. Ou seja, oxalá a seiva que alimenta a árvore não seja conspurcada por folhas pardacentas e outonais.

Além disso, as raízes que alimentam o tronco escondem relações que certamente pouco ou nada são divulgadas nestas revelações. As chamadas “razões de estado”, os “tratados secretos”, as “alianças escondidas” , “os serviços secretos e militares” , os "convenios sigilosos" que caracterizam os “negócios de estado” , nas suas variadas vertentes, não reaparecem com a candura das divulgações da WikiLeaks.

Ou seja, envolvem códigos e criptografia temporária que a linguagem simples e mundana navega facilmente à superfície das suas raízes.

Por isso, é melhor quedar-se pela entrevista de Larry King.

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