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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Algoritmo de Kadafi.36 - Kadafi e a Chanceler




Numa entrevista ao jornal alemão Spiegel, o “guia” líbio, Muamar Kadafi ansiava debater-se com a chanceler alemã Senhora Merckel.

Parece que a Europa continua dependente do eixo franco alemão, e nesse sentido as ansiedades de Kadafi encontrariam um lenitivo para as suas angústias.

Durão Barroso, como chefe da Comunidade Europeia, não usufrui efectivamente do poder de comandar a velhinha Europa. Hábil diplomata na procura de consensos parece soçobrar nos meandros do seu percurso, deixando fugir o impulso da força do poder que o cargo exige.

Há quem lhe chame um “líder ausente” na chefia das políticas europeias.

Tímido na defesa dos valores europeus, não consegue erguer-se contra as atitudes de xenofobia da ilustre representante dos ideais da Revolução Francesa.

Estamos no mesmo barco, mas não falámos as mesmas línguas. Todavia como diria Neurâth defendemos a mesma linguagem – o modelo social europeu.

Este modelo que custou mais de 200 anos de lutas sociais, necessita de reajustamentos que não podem ficar à mercê de uma simples tábua de um barco, ou seja, de um único país.

Apesar da crise económica que mina muitos sectores da vida social, a Europa detém um património técnico e social que lhe permite afirmar-se contra outros modelos económicos e sociais, tão expandidos pela poderosa globalização.

Se a credibilidade europeia não encontra uma expressão na sua liderança, que diremos da sua política externa!...

Portanto, não é de admirar que o guru Kadafi, ou seja, a velha raposa do deserto não se importe de falar com a chanceler.

A astúcia faz parte do comerciante quando se trata de lidar com o motor económico da Europa.

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