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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Portugal-Angola - "in Agualusa"
“De acordo com a nova Constituição, o Presidente da República nomeia um vice-presidente e os demais membros do Governo, deixando de haver primeiro-ministro e sendo ele próprio a presidir ao Conselho de Ministros. Além disso, nomeia o Governador do banco nacional, os juízes do Tribunal Supremo, o procurador-geral da República e os membros do Conselho Superior da magistratura” (Jornal Público de 15.01.10).
Teoricamente, a identificação de um país faz-se, através, da sua constituição. Na prática, poderão existir países com belas constituições, todavia praticam o contrário.
O argumento da consolidação de um "Estado Democrático de Direito" em nada justifica a legítima separação e autonomia de poderes.
Certos portugueses permanecem satisfeitos pela ocupação das "suites" do Hotel Ritz pelos angolanos, em Lisboa; ou, pelos seus gastos de 30% nas lojas de luxo da capital.
Tive a oportunidade de cumprimentar e dialogar com a individualidade que mandou enviar as "cartas geográficas" para Angola.
Evidentemente que desejámos outro tipo de "cartografia política" para a jovem democracia de Angola, mas compete aos angolanos delinear a sua política.
Por isso, caro Agualusa, o "apoio do Ocidente" mantem-se com um olhar atento sobre a realidade angolana, apesar das mais variadas configurações de curto prazo.
A imprensa internacional configura outros pontos de vista, aos quais as autoridades angolanas não devem ser alheias, se quiserem manter uma certa credibilidade no palco internacional.
"Suponho que o regime angolano compreendeu que já nem sequer necessita de fazer de conta que é uma democracia. Enquanto a economia for crescendo, por pouco que seja e com todas as distorções que toda a gente conhece, continuará a ter o apoio do Ocidente", disse ontem ao PÚBLICO o escritor angolano José Eduardo Agualusa. "A curto prazo, creio que não haverá grandes mudanças".
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