Um país em que as pessoas empobrecem!...
De mão carinhosamente levantada, era eu criança, queixava-se o meu avô, que nunca andara vestido daquela forma. O meu avô passou 14 anos no estrangeiro, 7 deles na América, onde detinha um restaurante e um automóvel.
Construi a sua casa e deixou-se seduzir por uma economia fechada, doméstica, cujo apoio do Estado chegou no dia em que morreu!...
Homem simples, simpatizante de Humberto Delgado, imbuído da tradição e da saudade, suportou o peso da condenação de ser português e morreu pobre!...
[Ainda não sei, como desencantaste o dinheiro daquele cacho de bananas que num jardim vianense me ofereceste coberto de alegria pela minha admissão!..."Te recuerdo"!...E penso em ti, quando estou no Brasil ou nos USA].
O modelo reproduz-se actualmente em muitos dos nossos emigrantes. Alguém no Brasil me dizia “santa terrinha”!...
Casuìsticamente, antes da CEE, é interessante que lá para os lados de Melgaço existissem nove milhões de contos, mas o que se fez com esse dinheiro que era dos emigrantes!... (Se, não estou errado serviu para a CGD se lançar pelas raias das fonteiras espanholas, na sua ambição de expansão!...)
Mas além do empobrecimento económico, que pode acontecer por falta de bases de formação ou capacidade negocial ou “sagesse”, assiste-se actualmente a outra estrutura, já que os tempos vão mudando, os meios de comunicação são outros, as trocas comerciais e intelectuais são diferentes.
Alguém “a long time ago”, me falava no conceito de estupifidicação”. Conceito digno de um registo de análise, e, muito interessante.
Esta força de empobrecimento encaixa-se nos mais ambiciosos “ego”s da prepotência.
Apercebo-me de pessoas que construem um “hâlo” de personalidade, digno de aplauso social, um misto de esperteza e inteligência, que consiste no seguinte:
- saber lidar,
- saber impor-se,
- saber dominar,
- saber ludibriar,
- saber enganar,
- saber mentir
- saber ultrapassar
- “estar acordado” – ser o primeiro.
- saber utilizar a imagem
- impor-se nos media locais, ou, nacionais.
- a sua referência é o outro
- a sua comparação é o outro
- a sua imposição é o outro
- não podem viver sem a imagem do outro
- a sua sombra ensombra o outro.....
Este processo de identidade, que escasseia de ética, moral profissional, medo, certa competência, arrogância, violência, empobrece e destrói. Em vez de pessoas, temos objectos, pobres objectos económicos que perderam, ou, foram roubados da sua dignidade de pessoas!...
Se não tens jeito de "político" ou "mentiroso" estás feito neste tipo de sociedade!...
P.S.
Puro engano ou verdade, Carvalho da Silva, no debate televisivo parece que queriam que fosse para a reforma!....
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