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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Os segredos e encantos da ilha dos Amores+ V.N.C.




Os seus corpos eram frágeis, tenros, tão pequeninos, como crianças, de menos de cinco anos.
As suas mãozinhas estendiam-se nas suas ervas, que as águas mostravam com candura.
 A frescura das ervas continuava do seco ao molhado, sem diferença do seu relvado.
Um manto de verdura tecia o seu soalho, fino e doce como o orvalho.
O verde estendia como toalha sobre as águas do rio.
E da ilha surgia o canto mágico de um tesoiro escondido.
Não era sereia, nem feitiço. Era ânsia de criança.
E, num abraço fraterno de encontro à ilha mágica estendem-se os seus bracinhos.
Era a magia e o feitiço que encantava os pequeninos.
Mas a força das águas do rio,
Sem hora, nem destino,
De águas móveis e peregrinas
Não deixaram prolongar o abraço
E a morte surgiu como um laço
Como um tapume no espaço
Em três criaturas pequeninas,
Indefesas, mas lindas.
Se não eram anjos, eram querubins
Com os seus gritos e suspiros sem fins.

Quase, todos os anos, no verão, o rio cobrava uma vida humana.
E, da minha rua, dois jovens adolescentes, ficaram prá memória
Tal era o fascínio da ilha, das águas, do seu encanto diabólico
Porque a” beleza está nos olhos de quem a vê”, nisso, sou acólito
De quem “vê a beleza”, no espelho das suas águas, fico, atónito.

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