Os seus
corpos eram frágeis, tenros, tão pequeninos, como crianças, de menos de cinco
anos.
As suas
mãozinhas estendiam-se nas suas ervas, que as águas mostravam com candura.
A frescura das ervas continuava do seco ao molhado,
sem diferença do seu relvado.
Um manto de
verdura tecia o seu soalho, fino e doce como o orvalho.
O verde
estendia como toalha sobre as águas do rio.
E da ilha
surgia o canto mágico de um tesoiro escondido.
Não era
sereia, nem feitiço. Era ânsia de criança.
E, num
abraço fraterno de encontro à ilha mágica estendem-se os seus bracinhos.
Era a magia
e o feitiço que encantava os pequeninos.
Mas a força das
águas do rio,
Sem hora,
nem destino,
De águas
móveis e peregrinas
Não deixaram
prolongar o abraço
E a morte
surgiu como um laço
Como um
tapume no espaço
Em três criaturas
pequeninas,
Indefesas,
mas lindas.
Se não eram
anjos, eram querubins
Com os seus gritos
e suspiros sem fins.
Quase, todos
os anos, no verão, o rio cobrava uma vida humana.
E, da minha
rua, dois jovens adolescentes, ficaram prá memória
Tal era o
fascínio da ilha, das águas, do seu encanto diabólico
Porque a”
beleza está nos olhos de quem a vê”, nisso, sou acólito
De quem “vê a
beleza”, no espelho das suas águas, fico, atónito.
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