«O nosso escol político não tem
ideias excepto política, e as que tem sobre política são servilmente plagiadas
do estrangeiro – aceites, não por porque sejam boas, mas porque são francesas,
ou italianas, ou russas, ou o que quer que seja».
Como diriam os jornalistas franceses: "em Paris nada se passa, na província tudo acontece!...".
"Em Bruxelas nada se passa, em Portugal tudo acontece!..."
Fernando Pessoa, na sua análise
sobre o “Provincianismo Português” (1928), traça uma sumária análise entre
povo, classe média e elites.
A elite das elites políticas está
condicionada aos mercados, ao euro e a Bruxelas. E, neste sentido, Portugal
depende das instituições europeias: sociais, políticas e económicas. A não ser
que “homens de talento” se afirmem nesta democracia.
A geometria variável em que
estamos inseridos, leva-nos a uma lógica do poder. Como conciliar esta união do
múltiplo ao uno e do uno ao múltiplo. A resposta só pode ser através das
instituições europeias.
Mas, desengana-se quem acreditar
que as instituições europeias são
conduzidas pelo rigor do “direito e da matemática”, já que nela está inserida a “geometria variável”.
Esta geometria variável tende
para as instituições mais poderosas, que exibindo cumprir as regras
comunitárias, defendem as suas próprias regras nacionais.
Qualquer evidência, em sentido
contrário, constitui um caso particular, que não tem qualquer consequência
nacional, ainda que o prejuízo individual seja um prejuízo colectivo. As instituições que lutem!...
Habilmente, através do direito, exibe-se o cumprimento das regras
comunitárias, (apregoado em certos “sites), que a própria utilização correcta
da matemática desmente. “A medida da coisa”, que é o número, como dizia
Aristóteles, permite que a tal “geometria variável” se escalone na direcção do
uno ao múltiplo e do múltiplo ao uno, constituindo esta Europa de contradições, em que os cidadãos, cada
vez mais são relegados para a máquina desta Europa. Como diriam os jornalistas franceses: "em Paris nada se passa, na província tudo acontece!...".
"Em Bruxelas nada se passa, em Portugal tudo acontece!..."
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