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terça-feira, 4 de março de 2014

EUROPOLITIQUE: Onde está a "Ilha do Chocolate" ? ("Un monde sans chocolat")

«Il n'y a plus de chocolat, c'est fini» é o grito de um pasteleiro francês à sua clientela, separando os clientes amantes desta iguaria dos restantes consumidores. Constata-se que 90% da produção de cacau é realizada por 5 milhões de pequenos produtores independentes. Qual o lugar de alguns "são-tomenses" neste universo de produtores de cacau? E, do mesmo modo, se pode interrogar a Guiné Equatorial sobre a produção de cacau, já que procura diversificar a sua economia, através do turismo, das minas e da agricultura. Aliás, estas regiões do Golfo da Guiné reúnem óptimas condições para a produção de cacau, conjuntamente com as verdes e luxuriantes ilhas de São Tomé e Príncipe. Porém, faltam investimentos, ousadia e determinação no desenvolvimento desta indústria, para colmatar a crescente procura desta iguaria, que vive, presentemente, na angústia de "um mundo sem chocolate". Ainda que a multinacional das marcas Milka, Suchard, Toblerone ou Polain incentive a plantação de 200.000 árvores de cacau na Costa do Marfim, através da ONG Care, o contributo de outros países é determinante para o aumento da produção, face às crescentes necessidades mundiais. É evidente que os negociantes do cacau estejam inquietos face à penúria desta matéria prima, incapazes de viver: “um mundo sem chocolate”. Segundo o Euromonitor International, a procura de chocolate pela China, emergente consumidor, deverá aumentar na ordem de 5% ao ano até 2018. Introduzido em 1822, o cacau tornou-se a «imagem de marca» das ilhas de São Tomé e Princípe, a quem os franceses chamam da “ilha do chocolate” pelo seu papel de grande produtor de outrora. São Tomé e Príncipe, com um orçamento anual de 360 milhões de dólares, cuja metade é financiada pela empresa petrolífera angolana – Sonangol, reencontra o desafio do funcionamento das antigas roças que outrora atingiram o seu apogeu, sobretudo no comércio com a Inglaterra. Será que o resplendor das antigas roças brilhará como antigamente? Mundialmente, a procura de cacau é intensa, mas a produção é escassa. Por isso, a questão é pertinente: onde está a ”ilha do chocolate”?

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