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sexta-feira, 14 de março de 2014

EUROPOLITIQUE: A falta de velocidade brasileira

Apesar do comentário de José Ricardo Roriz Coelho de que “o Brasil não exporta mais porque o custo de produção é muito alto”, e, apesar dos grandes obstáculos a nível da logística brasileira, o Brasil é um dos grandes exportadores de produtos agro-pecuários para a China, através de exportações de frango, carne bovino e cereais, em que se inclui soja, com enormes problemas de transporte nos seus portos. Por isso, recentemente cinco empresas, juntam-se às 24 certificadas e homologadas, por Pequim, para exportarem para o mercado chinês. Se fossem ultrapassados os graves e penosos problemas de transporte, o Brasil constituir-se-ia o grande celeiro da China, apesar das suas exportações atingirem a ordem das 32,3 mil toneladas, com um valor de 72,5 milhões de dólares. Com uma classe média que atinge quase um universo de 115 milhões de pessoas, nos cerca de 200 milhões de brasileiros que finalmente teve acesso a um padrão de vida impensável, parece que os investimentos na área de transportes têm de ser brasileiros em 80% dos seus equipamentos. Desesperam os franceses pela introdução de caminhos de ferro de alta velocidade que tanta falta faz às pessoas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Além disso, o sistema portuário, a rede rodoviária e ferroviária, além dos aeroportos são autênticos “gargalos”, como gostam de dizer os brasileiros. Habituados ao papel paternal do Estado, os empresários não se envolvem nas grandes infra-estruturas que o Brasil carece e que trava a expansão da economia. Apesar do vasto programa em que se prevê a construção de 7500 km de novas auto-estradas, de 10.000 km de caminhos de ferro, e, de 159 portos e dois aeroportos internacionais, somente com o impulso de muitas empresas privadas se atingirá este objectivo, independente da tutela do Estado, e, da falta de concorrência. Enquanto as linhas de ferrovia, a nível de mercadorias, avançam; a alta velocidade encontra-se estagnada. “Comprar um frango brasileiro” torna-se mais barato que “comprar um frango moçambicano”. Todavia, se o Brasil ultrapassar a estagnação das suas infra estruturas, certamente colocará os chineses a comer, cada vez mais, o frango brasileiro e outros produtos alimentares.

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