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domingo, 25 de novembro de 2012
ANGOLA: Jornal de Angola ataca a imprensa portuguesa
Com justa razão o “Jornal de Angola” ataca a imprensa portuguesa e as televisões acerca da informação sobre Angola.
Pela uma da manhã, a SIC emitiu uma reportagem sobre os chineses e a sua construção de vias férreas em Angola, numa reportagem feita por um jornalista estrangeiro. Ainda nunca se viu da parte portuguesa qualquer digna análise do esforço angolano sobre este tipo de transporte.
Todavia a reportagem estrangeira nada reflectia se os chineses “cheiravam a cor do dinheiro”, se viviam “enclausurados em pavilhões” em plena selva africana, se a “comida” tinha origem única e exclusivamente da China, se realmente eram “trabalhadores ou prisioneiros”. Ressaltava-se o feito de ser desbravado terreno ferroviário pela Angola adentro. Aliás, comparar as relações comerciais da China e de Portugal com Angola carecem de um autêntico manual de antologia!...
Este “manual de antologia”, guardado, por vezes, no “segredo dos deuses” certamente que ao longo da história terá a sua revelação!...
Mas aquilo que mais chamava a atenção ao lento combóio em movimento era a alegria de um povo nas suas trocas agrícolas, repleto do colorido do seu vestuário e da sua linguagem gestual. As cebolas e as maçãs denotavam algum crescimento, e as suas trocas embelezavam-se como um hipermercado ambulante ao som do apito do combóio.
Pulsava a energia exuberante de um povo humildemente lutando pela sobrevivência e pelo gosto das trocas e do mercado.
Mas a problemática de fundo desta falta de informação tem origem na inexistência de uma autêntica “classe média” em Angola. Do povo à classe dirigente existe um vazio que tem de ser colmatado. Enquanto angolana não tiver uma “sociedade civil” esclarecida e actuante continuará na senda da dependência dos favores e da corrupção. Não basta o “Presidente baixar o preço das casas”, o problema da habitação tem outros contornos que o “Jornal de Angola” não aborda, esconde e escamoteia. Por isso, a informação não funciona, quer em Angola, quer em Portugal.
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